A taxa do lixo, em vigor desde quarta-feiral, 1, na capital angolana, está agora a ser projectada para Benguela.
O governador Isaac dos Anjos manteve já encontros preliminares com as administrações de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta e prevê-se que o modelo para a taxa venha a ser aprovado nos próximos tempos.
Confrontados com a realidade de Luanda, onde as famílias terão de pagar entre 500 e 2.500 kwanzas (cerca de 15 dólares ao câmbio oficial), cidadãos afirmam que o custo é demasiado elevado para muitos.
Vários munícipes alertam para o desemprego como um fenómeno capaz de estorvar uma iniciativa que até pode ser benéfica.
No bairro da Nossa Senhora da Graça, adstrito à Zona B do município sede, os moradores vivem como se existisse já uma modalidade aprovada pelo Governo
‘’Com esta crise económica … este valor parece um pouco alto”, disse um dos moradores da zona para quem as taxas não deveriam exceder os 200 kwanzas, “já que as pessoas não têm emprego, nem sequer têm o que comer pois há muito desemprego’’.
Outro cidadão disse que “os restaurantes e as grandes empresas, pelo lixo que produzem, é que podiam pagar até a 5.000 kwanzas’’.
O gestor Filipe Rebelo, director de uma das várias empresas à espera que o Governo pague a dívida de milhões, olha também para o bolso dos cidadãos.
‘’Não gosto muito de falar de outros países, mas é assim em quase todo o mundo. Porém, é necessário que se defina uma taxa que esteja ao alcance dos habitantes’’, disse
A oposição política, por intermédio da UNITA, mostra que está atenta a um dos temas da actualidade.
O deputado Victorino Nhany criticou o actual estado da recolha do lixo em Benguela, afirmando que as estradas “foram tomadas pelo lixo”.
Nhany disse que as autoridades através do país têm se mostrado totalmente incapazes de lidar com o problema.
“Em Luanda, foi colocado um general (Higino Carneiro) para travar o lixo, mas foi derrotado’’, conclui.