Confirmados os primeiros casos positivos de coronavírus em Angola, a Polícia Nacional movimenta-se pelas ruas de diferentes cidades, como se viu hoje, 21 de março, em Benguela, à procura dos cidadãos que chegaram de Portugal há pouco tempo, concretamente no passado dia 17, quando vários passageiros “furaram” as medidas de prevenção no aeroporto de Luanda, constatou a nossa reportagem.
Em Benguela, província com um Consulado de Portugal que tem servido o Centro Sul do país, a Polícia estará no encalço de mais de trinta cidadãos recentemente chegados da capital portuguesa, apurou a VOA de fonte da corporação.
O objectivo, conforme a mesma fonte, é forçar, se necessário, uma quarentena de quinze dias, na comuna da Canjala (município do Lobito), a quase cem quilómetros da cidade de Benguela.
Outra fonte, do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), disse que os cidadãos estão a ser seguidos minuciosamente, até porque “os riscos de infeção são cada vez mais evidentes".
Um dos cidadãos chegados de Portugal no dia da “barafunda” no aeroporto de Luanda, o funcionário público Tó Saraiva, da Administração Municipal de Benguela, foi transportado numa viatura da Emergência Médica para a direcção de saúde pública, onde efectuou todos os exames, como ilustram as imagens.
Na altura da movimentação, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia, Filipe Caxota, numa breve declaração, disse que a operação vai prosseguir, devendo ser entendida aos municípios da Baía Farta e do Lobito.
Já o director do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, confirma que estão trinta e oito cidadãos em quarentena, na Canjala e em casa.
Cabinda falava à imprensa no final de um encontro da comissão provincial que trata da prevenção, da qual é membro, tendo referido que alguns cidadãos terão de ser levados à quarentena de forma compulsiva.