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Benguela : Camponeses em confronto com autoridades


Populares dizem que não vão virar a cara à luta

Em Benguela, a sede do município do Cubal acordou nesta quarta-feira, 12, debaixo de um forte tiroteio, na sequência do conflito de terras que opõe militares a camponeses da região da Losseta.

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Não há registo de vítimas, mas os relatos apontam para momentos de grande tensão, vividos quando o equipamento do Governo destruía lavras ao mesmo tempo que procedia a trabalhos de arruamentos.

As autoridades insistem num projecto industrial que colide com áreas agrícolas e o gado da população que lá se encontra há mais de trinta anos.

Há já alguns dias que um considerável batalhão de militares vigia a região da Losseta, a 10 quilómetros da cidade do Cubal, no sentido de garantir que os camponeses não travem o avanço das máquinas.

A verdade é que nem mesmo a presença de efectivos armados, apoiados por agentes da Polícia, esmorece as mais de 100 famílias camponesas, que têm na agricultura e criação de gado a fonte de subsistência.

A prova deste braço-de-ferro foi o cenário vivido esta manhã, com a população indiferente ao tiroteio, uma vez comprometida também com a defesa das suas moradias.

“Eles (militares) estão a desenvolver acções para violentar a população, obrigando a sua retirada das terras. Ontem, vários militares, todos armados, acompanhavam as máquinas que faziam arruamentos, enquanto a população acompanhava à distância. Esta manhã ligaram para mim, dizendo que houve muito tiroteio, mas a população diz que não vai sair das terras”, disse uma fonte.

Os populares, ainda à espera de um pronunciamento oficial, acreditam que o ramal do caminho-de-ferro de Benguela venha a funcionar como cérebro do projecto industrial.

Segundo a mesma fonte, ontem “começaram a abrir picadas, em forma de uma cidade, da via-férrea para as aldeias, chocando com lavras e algumas casas, e também abrir a partir da estrada asfaltada”.

“O povo vai arriscar, não vai admitir”, disse a nossa fonte.

Contactado pela VOA, o administrador municipal, Carlos Guardado, optou, outra vez, por não conceder entrevista.

Limitou-se a contrariar esta versão, dizendo que a população foi responsável pelo tiroteio

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