Mais de 400 camponeses ficaram sem as suas culturas em consequência das últimas chuvas na província angolana de Benguela e as as autoridades agora poderão ser obrigadas a distribuir apoio alimentar aos populares.
Os efeitos da subida do nível das águas no complexo hídrico do Dungo, no Cubal, são ainda provisórios, daí que o Governo esteja preparado para o pior.
Três dias de chuva intensa fizeram transbordar a bacia do Dungo, alimentada por sete rios.
Do Cubal, a 140 quilómetros da sede da província, chega o grito de socorro dos 450 camponeses que trabalham nas imediações do complexo.
Um popular da comunidade refere que a semente lançada à terra não dará frutos.
A bacia, com sete quilómetros de cumprimento e três de largura, obriga a movimentações de populares, tal é o nível das enchentes.
"A barragem encheu e neste momento toda a área cultivada está entalada devido à água. Na comuna da Yambala, há pessoas que se deslocam de uma área para outra. Pedimos ajuda, primeiro para abrir comportas, e depois alimentos, isto porque toda a alimentação foi afectada", lamentou a fonte da VOA.
O administrador do Cubal, Carlos Guardado, não tem dúvidas de que as ajudas alimentares são a solução para o problema que se coloca.
"A julgar pelo nível de cheias, é natural que as culturas tenham sido inundadas. Estamos no levantamento e tão-logo seja possível vamos apoiar com ajuda alimentar. Ainda é cedo, as consequências podem ser maiores", refere Guardado.
As enchentes no Dungo fizeram soar o alarme também no município de Benguela, tendo em conta a ligação ao Cavaco, um rio bastante problemático.
"Tendo em conta os acontecimentos de Março do ano passado, estamos preocupados", reitera o administrador municipal Leopoldo Muhongo, que revela o início da construção "de diques que ajudarão a regularizar o escoamento das águas".
O governador de Benguela, Isaac dos Anjos, esteve no local a constatar a realidade.