As autoridades da província angolana de Benguela iniciaram um diálogo com as famílias desalojadas do bairro das Salinas para o seu realojamento, mas querem garantias que os locais escolhidos terão protecção jurídica.
O contacto foi iniciado após a recente visita do Presidente João Lourenço à cidade em que o caso foi abordado num encontro com a organização cívica OMUNGA.
O Presidente garantiu na altura ter tomado nota da preocupação.
A Administração Municipal de Benguela, em Angola, tentou transferir, de forma pacífica, neste final de semana, as centenas de famílias desalojadas do bairro das Salinas.
As famílias foram expulsas das Salinas e acusadas de serem ‘invasores” de propriedade de outrem e colocadas num edifício abandonado onde vivem em condições precárias há vários meses.
O cidadão João Valeriano, porta-voz das famílias que se encontram no magistério Lúcio Lara, disse ter ficado surpreendido com a nova atitude das autoridades.
Valeriano manifestou dúvidas quanto aos lotes que a administração quer agora conceder às famílias num não muito distante da escola.
‘’Se aquilo já tem dono, eles vão receber para nos dar?”, interrogou.
“Se nós estamos assim porque receberam o que é nosso, não é correcto isto’’, acrescentou.
As negociações só avançam na presença do advogado das famílias desalojadas, José Faria, conforme vinca o porta-voz.
‘’Desde que o advogado aceite e eles próprios nos passem uma garantia documental de que haverá espaço para nós … mas de momento não há consenso nenhum’’, disse Valeriano.
A VOA não conseguiu obter um pronunciamento da Administração Municipal.