Quase conformada com o gradualismo nas primeiras eleições autárquicas em Angola, sugeridas para o ano de 2020, a UNITA definiu mais de 100 municípios para transmitir a mensagem da importância deste processo na solução do caos social, com um programa que prevê encontros entre candidatos e as comunidades.
À frente de uma delegação do seu partido, o líder da bancada parlamentar daquele partido, Adalberto Costa Júnior, dá sequência ao trabalho de casa, de hoje até sexta-feira, 27, na província de Benguela, onde também o MPLA prepara os seus militantes para os desafios das autarquias.
O discurso para a Assembleia Nacional, prestes a debater a proposta do Executivo, aponta para eleições simultaneamente em todo o território nacional, mas o partido de Isaías Samakuva, conforme apurou a VOA, tem noção do que chama de ‘’ditadura da maioria’’ na casa das leis.
Avisada para o que der e vier, a UNITA, detentora de um projecto de lei sobre o poder local, dá primazia a quase 115 municípios na primeira fase de um programa que prevê encontros com a população a cada dois meses.
A palavra de ordem, que será reforçada com a deslocação de Costa Júnior, o rosto do ‘’galo negro’’ no município sede, prevê críticas face aos problemas do momento e referencias à passagem de membros seus pelo extinto Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN).
“O que nós queremos é que os municípios onde a UNITA ganhar fiquem mesmo connosco, queremos implementar lá os nossos projectos, para que o povo, depois, possa distinguir. O MPLA foi travando até onde pôde porque pensou levar ‘agua para todos’ a todos os municípios. Só quando chove é que vemos este projecto. Nós saímos do GURN com muito orgulho, nenhum membro roubou, não houve nenhum incompetente, por isso queremos as autarquias’’, refere o parlamentar.
O pontapé de saída pela voz do deputado Alberto Ngalanela, que dará a cara no município do Cubal, enquanto José Pedro Kachiungo e Vitorino Nhany são apontados para o Lobito e Bocoio, respectivamente.
No MPLA, partido no poder, ainda que não se conheçam nomes, também se olha para as autarquias, numa altura em que Benguela recebe Joana Lina como coordenadora do Grupo de Acompanhamento do Bureau Político.
"Devemos acompanhar, avaliar e garantir a participação dos militantes aos vários níveis e incentivar um engajamento activo na organização e funcionamento das comissões de moradores e brigadas de vigilância nas comunidades. Isso pressupõe, camaradas, que estamos aqui para trabalhar, por isso devem contar com a experiência que acumulámos. Devemos desenvolver Benguela, colocar a província sempre no topo’’, apela Joana Lina.