Links de Acesso

Benguela: Activistas receiam “infiltrados” na manifestação e demarcam-se de arruaças 


Motoqueiros em Benguela
Motoqueiros em Benguela

BENGUELA - A três dias da manifestação nacional contra o aumento do preço da gasolina, organizações da sociedade civil receiam que a Polícia coloque infiltrados entre os participantes para transformar a marcha em arruaça, termo usado pelas autoridades para descrever eventos recentes no Huambo e Lubango.

Activistas avisam de provocações de infiltrados em manifestações em Benguela – 1:38
please wait

No media source currently available

0:00 0:01:37 0:00

“O próprio regime tem infiltrado agentes que provocam e incitam actos de arruaça. Não duvidamos que seja isso que aconteceu nas outras províncias, até porque temos experiências (...)”, disse a activista Sara Ngueve, que recentemente foi detida numa manifestação contra a proposta de lei sobre os estatutos das organizações da sociedade civil.

Ngueve espera que não surjam infiltrados entre os presentes e que a Polícia ofereça proteção ao evento dentro dos marcos da ordem pública

O comandante provincial da Polícia e delegado do Interior em Benguela, Aristófanes dos Santos, assegura que manifestação terá apoio das forças policiais.

“É importante que os promotores respeitem a lei sobre as manifestações e reuniões. Sabemos que existirão em todo país, esperamos ética, para não sermos obrigados a usar a força”, disse o comissário.

Seis organizações da sociedade civil, com 22 representantes, dão a cara a manifestação, que está a ser antecedida de uma jornada de mobilização nas ruas, mercados e praças de taxistas e motoqueiros.

Recentemente, numa feira sobre tecnologia, em Luanda, o Presidente João Lourenço criticou o mau uso das redes sociais, canal preferencial dos activistas para passar as suas mensagens, insistindo na tese de que os jovens não devem ser instrumentalizados por partidos políticos.

Num manifesto em que reiteram a realização de uma marcha pacífica contra o que chamam de caos resultante da má governação, activistas cívicos disseram a Lourenço que um povo sofredor não precisa da oposição política para ir às ruas exigir direitos.

Foi “um pronunciamento irresponsável, uma forma de distração e desmobilização. Nunca deveria ter vindo de um presidente”, disse a activista Ngueve, co-fundadora da organização feminina Tchatokota.

Do secretário para Informação e Propaganda do MPLA, Rui Falcão, que também já associou activistas à oposição política, procuramos saber se o partido no poder estaria em condições de apresentar elementos sobre a suposta ligação, mas a solicitação não foi atendida.

Fórum

XS
SM
MD
LG