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Benguela: Activistas em greve de fome depois de terem sido detidos em manifestação


Manifestação contra caos na Saúde em Benguela, Angola
Manifestação contra caos na Saúde em Benguela, Angola

Eles protestaram no sábado contra o que consideram cãos na Saúde

Vinte e três activistas detidos na província angolana de Benguela, no passado sábado, 3, por alegado desacato à autoridade, estão em greve de fome para exigir a presença do comandante da Polícia Nacional (PNA), que alegadamente mandou detê-los quando realizavam uma manifestação contra o que consideram caos nos hospitais.

Manifestantes presos em greve de fome em Benguela – 2:14
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Em causa, a falta de medicamentos e de atendimento médico, bem como as várias mortes ocorridas na província.

As divergências foram visíveis ainda antes das detenções, com o activista Hermógenes Tenete, um dos encarcerados, a criticar a postura da Polícia Nacional.

"A Polícia está a nos obrigar a seguir este trajecto, mas não é isso. O nosso manifesto é contra as mortes nos hospitais, exigimos assistência médica e medicamentosa”, salienta.

Nesta segunda-feira, 5, enquanto aguardava pelo parecer do Ministério Público, que poderia passar por julgamento sumário dos detidos, o activista Emerson Marcos explicou que a greve de fome que os os colegas observam visa forçar um diálogo com o comandante municipal da Polícia.

"Desde que chegaram não comeram nada, estão em greve de fome a exigir a presença do comandante municipal (Filipe Cachota) que mandou prendê-los, não se aceita. Eles falam sempre em desacato mas se a manifestação já tinha acabado não deviam prender o motorista”, sustenta Emerson, acrescentando que “os manifestantes decidiram também que tinham de ser detidos”.

Em reacção, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional, Ernesto Chiwale, refere que a apreensão da viatura, na base da agitação que levou às celas os 23 cidadãos, resulta de uma transgressão rodoviária.

"Na manifestação acabamos por verificar que a viatura de apoio pertence ao partido UNITA, o motorista levava pessoas na carroçaria, é uma transgressão que mereceu o nosso aviso. Depois... um grupo de pessoas surgiu, com insultos, a impedir o nosso trabalho, havendo dois mordidos pelos canídeos”, conta o porta-voz.

As declarações deste inspector-chefe, resumidas em comunicado de imprensa, não foram bem recebidas pelo deputado Adriano Sapiñala, secretário provincial da UNITA, que fez saber, em declarações à Rádio Ecclésia, que o seu partido cedeu a viatura movido por uma causa justa.

“Dá sinais claros de que o problema não é a manifestação, é o nome UNITA. Isto me preocupa porque assim já é perseguição, mas não somos adversários da Polícia”, aponta aquele responsável.

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