À espera há 19 anos
Antigos agentes da segurança de Estado em Angola (MINSA) acusam as autoridades de os ameaçarem por estarem a organizar uma marcha de protesto para exigirem a sua reforma, que aguardam há 19 anos.
Os revoltados alegam que começaram a sofrer intimidações depois de terem enviado uma carta ao primeiro secretário provincial do MPLA em Benguela,Armando da Cruz Neto, acusando o vice-presidente e o secretário-geral do partido no poder,nomeadamente, Roberto de Almeida e Julião Paulo, “Dino Matross”, de estarem a estagnar o processo de desmobilização dos ex-agentes da secreta angolana e a sua integração nas estruturas da assistência social.
Na altura, os e-agentes exigiam o afastamento imediato de Paulo Rangel da actual presidência da Associação dos Ex-Membros da Segurança de Estado (ASPAR) em Benguela,alegadamente por colaborar com aqueles responsáveis do Comité Central do MPLA.
Em declarações à imprensa,os ex-agentes secretos culpam o comandante da polícia nacional em Benguela,António Maria Sita e o antigo deputado para MPLA, Paulo Rangel de os amedrontarem.
“Precisamos que os dirigentes angolanos nos incluam na reforma militar”, disse aquela fonte, sublinhando que, “face à exaltação dos nossos camaradas, alguns elementos que compõem as autoridades na província ameaçam os cabecilhas da manifestação.”
Entretanto, contacto pela Voz da América, António Maria Sita desdramatizou as alegações,desafiando os revoltados a abrirem um processo contra si para o esclarecimento da situação.
Já Paulo Rangel disse que cada um é livre de se manifestar desde que cumpra com os pressupostos legais.E argumentou:“Dizer que foram ameaçados por mim, porque pretendem manifestar-se para integrar numa caixa social qualquer,é uma pura mentira.”
Refira-se que,na carta endereçada a Armando da Cruz Neto,os reividicadores exigem a sua integração na discussão sobre o Orçamento Geral de Estado previsto para o ano de 2012.