A decisão do Governo angolano de eliminar os vistos de entrada a cidadãos de 97 países está a ser saudada como uma medida que poderá dar impulso ao turismo, mas ao mesmo tempo soam avisos de que ela tem que ser acompanhada de outras medidas.
Há vários anos que a burocracia na concessão de vistos por parte das embaixadas angolanas é vista como um sério obstáculo ao desenvolvimento do turismo no país e a medida agora anunciada deverá desbloquear essa situação.
Ao abrigo de um decreto presidencial publicado nesta segunda-feira, 2, em Diário da República, os cidadãos provenientes de 97 países passam a estar isentos de visto de turismo por um período de até 30 dias por entrada e 90 dias por ano.
Entre os beneficiados estão cidadãos de Portugal, Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos, Rússia e China.
Para o economista Horácio Rodrigues, a iniciativa é boa porque poderá atrair maior divisas para Angola, mas avisou da necessidade de “acompanhamento” dos etrangeiros que entram no país.
“(A medida) tem como principal risco a perca do controlo desses turistas que com o decorrer do tempo se tornam em imigrantes ilegais, passivos de cometer atos que colocam em risco a sociedade angolana tais como trafico de órgãos, intolerância religiosa e exploração ilegal dos recursos naturais”, disse.
Já para o economista Nataniel Fernandes, a decisão vem responder aos desafios do surgimento do novo aeroporto Agostinho Neto, a ser inaugurado no próximo dia 10 de novembro, pelo qual Angola quer ser uma placa giratória para o turismo na África.
“Será melhor para o nosso país, para o turismo”, disse Fernandes que, contudo, fez notar que “um bom turismo precisa que o povo esteja preparado para receber bem o estrangeiro”.
“Para receber bem o estrangeiro é importante comunicar com esse estrangeiro, para comunicar bem, como a maioria do estrangeiro começa-se com a língua ingelsa que devia ser uma parte importante para impulsionar o turismo”, acrescentou fazendo notar ainda a neessidade de se garantir no país “boa mesa e boa cama”.
Um alerta surge do jurista Manuel Cangundo, quem saudou a medida para atrair o investimento estrangeiro e que vai criar mais empregos, mas avisou para necessidade de se opder controlar de forma efetiva as actividades daqueles que vão passar a entrar no país sem vistos, pois isso "pode atrair elementos criminosos".
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