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Bazukas e metralhadoras usadas nos combates em frente ao Palácio do Governo em Bissau


Palácio do Governo da Guiné-Bissau
Palácio do Governo da Guiné-Bissau

Membros do Executivo terão abandonado o edifício, mas não se sabe onde estão o presidente e o primeiro-ministro

Com as autoridades na Guiné-Bissau ainda em silêncio sobre o que se passou no Palácio do Governo, na manhã desta terça-feira, 1, um jornalista que estava no local disse que foram utilizadas “bazukas” e metralhadoras contra o edifício.

Militares terão, entretanto, ordenado a saída dos membros do Governo do edifício, mas desconhece-se ainda o paradeiro do Presidente Umaro Sissoco Embaló e do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

Os incidentes aconteceram durante a reunião do Conselho de Ministros, que foi presidida pelo chefe de Estado e que se deu depois de uma remodelação governamental inicialmente contestada pelo primeiro-ministro.

Essa remodelação afastou, entre outros, o secretário de Estado da Ordem Pública, Alfredo Malu, que estava envolvido nas investigações à origem de um avião retido no aeroporto de Bissau desde Outubro.

O chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Biaguê Nan Tam, está há vários dias em Barcelona, Espanha, em tratamento médico.

Jornalista em Bissau ouviu os primeiros disparos frente ao Palácio do Governo
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Testemunha ocular

O jornalista Ansumane Sow encontrava-se em frente ao edifício quando se iniciaram os tiroteios.

“Primeiro houve um disparo de uma “bazuka”, conta Sow, quem descreveu depois como tropas fardadas saíram do edifício e registou-se uma troca de tiros

Em conversa com a VOA, Sow, acrescentou que, mais tarde, voltou a registar-se o disparo de uma outra “bazuka”

“Houve pânico com as populações a correrem nas ruas”, afirmou.

As escolas foram encerradas, os mercados fecharam e “os transportes públicos autocarros e toca-tocas deixaram de circular”.

A rádio pública e a televisão deixaram de emitir.

A única emissora que estava inicialmente a transmitir era uma rádio privada próxima do Presidente Embaló “mas está somente a passar música e uma rádio católica”, acrescentou o jornalista.

Suspeita de golpe em Bissau - Lassana Cassamá descreve situação tensa
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Há informações não confirmadas de trocas de tiros também na zona da Base Aérea, onde fica o aeroporto.

Guterres pede fim dos combates

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) António Guterres, pediu "o fim imediato dos combates e o pleno respeito pelas instituições democrática" na Guiné-Bissau.

Na nota divulgada pelo seu porta-voz, afirmou estar “profundamente preocupado com a notícia de combates violentos em Bissau".

Também a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse estar acompanhar "com grande preocupação a evolução da situação na Guiné-Bissau, caracterizada por tiros de militares junto ao Palácio do Governo", lê-se no comunicado.

"A CEDEAO acompanha com grande preocupação a evolução da situação na Guiné-Bissau, caracterizada esta terça-feira, 1 de Fevereiro de 2022, pelos tiros de militares no Palácio do Governo. A CEDEAO condena esta tentativa de golpe de Estado e responsabiliza os militares pela integridade física do Presidente Umaro Sissoco Embaló e dos membros do seu Governo. A CEDEAO apela aos militares que regressem aos seus quartéis e mantenham uma postura republicana."

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