A Ordem dos Advogados de Moçambique diz-se agastada com a fraca eficácia no combate à grande corrupção, o que faz com que muitos recursos que deviam ser investidos para o bem das populações acabam indo parar em mãos de pessoas que os adquirem de forma ilícita.
O bastonário Flávio Menete está particularmente preocupado com o facto de nos sectores dos recursos energéticos, os volumes de investimento serem elevadíssimos e considera que “se não houver preparação adequada para fazer face à corrupção, corre-se o risco de termos uma riqueza que não nos beneficia em nada".
Menete diz que a grande corrupção ainda não está a ser punida, o que significa que "temos que afinar a nossa máquina do sistema de administração da justiça".
"Temos que fazer um trabalho sério no campo ético e moral, para, por um lado, inculcarmos nas novas gerações altos valores de convivência social, e, por outro, do ponto de vista jurídico, responsabilizar aquelas pessoas que têm conduta desviante".
Vários outros analistas ligados à investigação e combate à corrupção concordam com a posição do bastonário da Ordem dos Adovados de Moçambique, sublinhando que se torna necessário olhar, sobretudo, para a questão do tráfico de influência e conflitos de interesse.
Mas, acima de tudo, dizem analistas, tem que haver vontade política para que o combate à grande corrupção se faça com eficácia.