Depois de mais de 50 anos de ruptura, os Estados Unidos e Cuba iniciam a retomada de relações diplomáticas, informaram esta Quarta-feira os líderes dos dois países.
"Pretendemos criar um novo capítulo nas relações entre os países", disse o Presidente norte-americano, Barack Obama, destacando que a barreira ideológica e económica entre os dois países já não faz sentido, especialmente numa época em que os "EUA estão preocupados com ameaças reais, como os grupos extremistas Al Qaeda e Estado Islâmico".
"Esses 50 anos mostraram que o isolamento não funcionou, é tempo de outra atitude", frisou Obama. Na conclusão do discurso, Obama usou expressões em espanhol. "Todos somos americanos", disse.
Ao mesmo tempo em que Obama anunciava a retomada de relações com Cuba, o presidente da ilha, Raul Castro, falava aos cubanos. Em Havana, o líder destacou que o governo concordou em restabelecer as relações diplomáticas e que havia proposto aos EUA "a adoção de medidas neutras baseadas nas leis cubanas" neste processo.
A imprensa indica que Obama e Castro já falaram por telefone depois de uma série negociações mediadas pelo Governo do Canadá.
As mesmas fontes revelam que os dois países poderão estabelecer relações diplomáticas e abrir embaixadas em Washington e em Havana.
Até agora têm apenas um escritório de interesses nas duas capitais.
Hoje, o Governo cubano libertou o cidadão norte-americano Alan Gross, preso desde 2009 e que cumpria uma pena de 15 anos.
Gross foi libertado por razões humanitárias.
Empreiteiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, Alan Gross foi detido a 3 de Dezembro de 2009 e acusado de contrabando de equipamentos de comunicação via satélite e de tentar criar um serviço secreto de Internet em Cuba.
Autoridades americanas informaram que três espiões cubanos presos nos Estados Unidos também foram libertados.