O Presidente dos Estados Unidos pediu aos norte-americanos nesta terça-feira, 12, para evitarem o desespero por causa da violência, transcenderem as divisões raciais e honrarem os cinco agentes da polícia assassinados em Dallas num ataque com motivação racial.
O discurso de Barack Obama na cerimónia de homenagem à memória dos policias mortos na quinta-feira passada ocorre também após uma série de mortes de homens negros por policias nos últimos dois anos, incluindo dois na semana passada, que provocou o mais intenso debate sobre raça e justiça visto nos EUA desde o movimento pelos direitos civis dos anos 1960.
Obama tentou manter um equilíbrio cuidadoso entre o tributo aos policias mortos, o respeito pela aplicação da lei no país e a simpatia por aqueles que protestam contra a violência policial.
O Presidente enviou uma mensagem de esperança e pediu que os norte-americanos superem os sentimentos de desespero e resistam à polarização.
"Nós ligamos a TV ou navegamos na internet e podemos ver opiniões duras, limites serem estabelecidos, pessoas recuando para os seus respectivos cantos e políticos calculando como atrair a atenção ou evitar adversidades”, afirmou Obama.
“Eu estou aqui para insistir que nós não somos tão divididos quanto parecemos. E eu sei porque eu conheço os EUA. Eu sei de quão longe nós viemos contra probabilidades impossíveis", reiterou Barack Obama, que lembrou que a tensão racial existe no país.
"Nós sabemos que o preconceito continua. Nós sabemos”, declarou o Presidente a uma audiência de centenas de pessoas, incluindo muitos agentes policiais.
“Nenhum de nós é inteiramente inocente. Nenhuma instituição é inteiramente imune. E isso inclui os nossos departamentos de polícia", concluiu Obama, que aproveitou para voltar a pedir um maior controlo da venda de armas.
Depois de uma semana em que norte-americanos viram imagens de multidões irritadas protestando contra as mortes de homens negros pela polícia e ouviram os gritos do ataque a tiros contra a polícia em Dallas, a cerimónia terminou com Obama, o seu antecessor, George W. Bush, o chefe de polícia e o presidente da Câmara de Dallas de mãos dadas numa acção que cruzou barreiras raciais e partidárias, enquanto um coral interpretava uma canção.
Os cinco agentes policiais de Dallas foram mortos a tiros pelo veterano militar Micah Johnson, que disse à polícia que ele estava irritado com as mortes de homens negros por policias. Johnson foi morto por um robô equipado com explosivos accionado pela polícia.