O Banco de Moçambique decidiu, mais uma vez, aumentar a taxa de juro de referência (prime rate), calculada mensalmente, tornando mais caro o custo de financiamento, por entre críticas de que o banco central não está a prestar a devida atenção a aspectos que afectam o país, como branqueamento de capitais e apoio ao terrorismo.
Com efeito, a associação Moçambicana de Bancos, anunciou que a taxa de juro de referência (‘prime rate’) para as operações de crédito em Moçambique subiu de 22,5% para 22,6%, valor a vigorar neste Dezembro.
Apesar de a subida anunciada esta sexta-feira ser ligeira, o facto é que, regra geral, as alterações à taxa de juro de referência têm sido no sentido ascendente, havendo sugestões de que o Fundo Monetário Intrnacional (FMI), deve ajudar Moçambique a reduzir o custo de financiamento.
Para Eduardo Sengo, economista e director executivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), "apoiando a facilitação do ambiente de negócios e a redução do custo de financiamento, o FMI vai apoiar o desenvolvimento do país no seu todo e o sector privado em particular".
Referiu que um dos grandes aspectos neste momento em Moçambique tem a ver com o financiamento, "o custo de financiamento está muito alto e inibe o crescimento dos sectores primários e secundários, bem como a diversificação da economia, de uma forma geral".
Por seu turno, o economista João Mosca, diz que o Banco de Moçambique não está preocupado com isso, e recordou o facto de o país ter sido colocado na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), por ainda não ter eliminado as deficiências na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
"Há mais de 10 anos que Moçambique está classificado como um país de alto risco em termos de financiamento de terrorismo" realçou aquele economista, anotando que as autoridades governamentais "esconderam, porque interessa as elites que essa situação persista".
Os aumentos da ‘prime rate’ têm estado associados à subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo banco central, por forma a controlar a inflação.
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