Em entrevista à Voz da América, o compositor, baixo barítono e solista regular da Orquestra Sinfônica da Namíbia, Gláucio Ngaca, revelou que está se preparando para escrever um libretto de ópera que vai retratar a história de quatro tribos de Angola e como elas se comunicavam antes da chegada dos portugueses. A ópera intitulada "Ngola" contará com árias nas seguintes línguas nacionais: Umbundo, Kimbundu, Kikongo e Côkwe.
Segundo o compositor, além de educar, a ópera promete divertir o público. Ngaca quer fazer o que Ludwig van Beethoven, Wolfgang Amadeus Mozart e Giacomo Puccini fizeram com suas óperas popularizando a história ocidental. No caso de Gláucio, o objetivo é popularizar a cultura africana, principalmente a angolana.
O solista regular da Orquestra Sinfônica da Namíbia sempre foi amante de música e bom ouvinte. No entanto, a música lírica entrou na sua vida quando já era estudante universitário na Namíbia e frequentava o curso de engenharia de telecomunições na International University of Management.
Foi em 2014 que o baixo barítono começou a participar do Coral Nacional Lírico da Namíbia. E o reconhecimento pelo trabalho de excelência começou a aparecer. Em 2018, o coral foi consagrado como o melhor no Mundial de Coral (The World Choir Games), o qual foi realizado na África do Sul.
O músico e compositor ainda não tem um álbum gravado, mas há vários vídeos com as suas apresentações no YouTube. Ngaca explicou que no momento, quer dar enfoque às produções ao vivo. Ontem, à noite, fez uma apresentação na LAASP, Luanda.
Gláucio Ngaca é formado em canto lírico, piano clássico e flauta transversal pelo Colégio de Artes da Namíbia, um multi-instrumentista que no momento está se especializando em composição e teoria musical na Trinity College London.