Mais de metade da população moçambicana não tem acesso à água potável, situação que os especialistas dizem que tem impacto na saúde e economia do país.
Apenas 49 por cento da população tem acesso à água potável. As zonas urbanas são aos mais favorecidas, com 80 por cento. As rurais e com maior parte da população têm apenas 35 por cento de cobertura.
A agravar esta situação está a seca e a queda irregular de chuvas, que leva ao fornecimento do precioso líquido com restrições, particularmente nas cidades de Maputo, Matola e Boane.
Enorme drama
"A água começa a sair às quatro, e muitas vezes, as seis horas já não sai, e quando falha a essa hora não tenho água", lamenta Rita Francisco, uma dona de casa de Maputo.
Dulce Magi, também de Maputo,diz que o drama da falta de água é enorme. "Não consigo fazer o que quero. Não consigo ter a minha casa limpa. Não consigo ter as minhas roupas bem como eu queria ter, a água faz muita falta".
Esta situação de restrições perdurará por muito mais tempo, segundo Lembrança Mechisso, do Ministério das Obras Publicas, Habitação e Recursos Hidricos.
Impacto negativo da saúde e produtividade
"Desde o início da época chuvosa, na nossa barragem, que é a dos Pequenos Libombos, tivemos um incremento de cinco por cento - saímos de 20 para 25% - por isso as restrições irão continuar", diz.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância diz que a falta de saneamento melhorado custa a Moçambique cerca de quatro mil milhões de Meticais (cerca de 65 milhões de dólares), por ano, devido às mortes prematuras, custos médicos e redução da produtividade.
Perante o cenário, a Holanda projecta investir dois milhões de dólares para a melhoria do acesso à água potável fortalecimento do saneamento no país.
"Nós podemos apoiar", promete Michiel Pompe, da Embaixada da Holanda em Maputo.