Muitas famílias no Lubango, capital província angolana da Huíla, queixam-se da falta de acesso a água potável.
No bairro da Lalula, um dos mais populosos do município, a crise de acesso a água tende a agravar-se sobretudo neste período entre os meses de Agosto e Novembro na transição da época seca e a chegada das chuvas.
Antonieta Sande e Teresa Adolosi são duas senhoras de casa que têm de fazer sacrifícios enormes para ter água em casa, num exercício que reconhecem insuportável em pleno século 21.
“Para ter água em casa em primeiro tem que se acordar muito cedo, 4 ou 5 horas da manhã, se caso acordarmos às 7 horas dificilmente teremos água em casa”. Vão buscar água onde? Em mesmo em furos e cacimbas. No furo é quando há energia caso não tiver luz também é difícil e nas cacimbas basta ter muita gente só a possibilidade de tirar água a três, quatro pessoas e depois já não há água e tem que se voltar numa outra hora e a própria água da cacimba é muito turva”, diz uma Sande, enqaunto Adolosi lembra que "nos locais onde vamos buscar água não é de graça a pessoa tem que comprar”.
Perante a crise as donas de casa pedem projectos concretos de água no bairro.
A empresa provincial de água e saneamento garante possuir projectos de expansão pelos diferentes bairros, que esbarram na falta de dinheiro.
A presidente do Conselho de Administração da empresa, Maria Tchikusse, reconhece o quadro difícil, numa fase em que as principais fontes de água também se ressentem da estiagem dos últimos anos.
“As principais razões apontam para a estiagem porque o lençol freático só é carregado quando temos precipitações e nos últimos dois ou três anos nós não temos estado a registar precipitações em grande quantidade”, afirma Tchikusse..
Os residentes clamam por projectos mais estruturados.