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Avião misterioso: LGDH pede protecção a deputado ameaçado


Avião na pista do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, Guiné-Bissau (Foto de Arquivo)
Avião na pista do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, Guiné-Bissau (Foto de Arquivo)

Continua o mistério sobre avião retido em Bissau desde 29 de Outubro

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Augusto Mário da Silva, reuniu-se nesta sexta-feira, 12, com o presidente da Comissão Especializada do Assembleia Nacional Popular (ANP) para área da Defesa e Segurança, José Carlos Macedo Monteiro, quem denunciou ontem ter recebido uma ameaça de morte por parte de “altos responsáveis” da Guiné-Bissau.

O parlamentar afirmou que a ameaça tem a ver com abordagem que teve na comissão encarregue de apurar as circunstâncias que ditaram a aterragem no passado 29 de Outubro em Bissau do Airbus–340, cujo proprietário ainda se desconhece, não obstante o nome de um dos directores de Gabinete do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, surgir na lista das pessoas supostamente envolvidas no caso.

O encontro aconteceu no dia em que a comissão do Governo que investiga o o avião devia ter apresentado um relatório sobre o assunto, mas não o fez.

Entretanto, o presidente da LGDH, Augusto Mário da Silva, afirmou que a organização está preocupada com o facto de “um deputado estar a ser perseguido pela opinião emitida no exercício da sua actividade parlamentar”.

Para ele, a “voz do cidadão está no Parlamento e se o deputado não tiver condições de exprimir realmente a vontade popular é porque o próprio cidadão guineense está limitado na sua liberdade de expressão”.

Silva manifestou estar solidário com o deputado José Carlos Macedo Monteiro e quer que os factos sejam apurados pelas comissões criadas pelo Parlamento e pelo Governo “para que os guineenses possam saber a verdade, evitando especulações sobre este caso”.

O presidente da LGDH ainda defende que o Governo, através do Ministério do Interior, garanta a segurança ao deputado Monteiro e aos demais membros da ComissãoEspecializada para a Área da Defesa e Segurança, encarregue de investigar este caso.

“O Governo tem a responsabilidade de garantir protecção a todos os cidadãos da Guiné-Bissau, particularmente os que, em função do exercício das suas actividades estão mais expostos”, referiu Augusto Mário da Silva.

Na quarta-feira, na reunião da comissão, Monteiro revelou que o Chefe do Gabinete do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi quem deslocou-se ao aeroporto para informar da vinda do avião.

Refira-se, a comissão do Governo integrada pelos ministros dos Transportes e Comunicações, Augusto Gomes, do Interior, Botche Candé, da Defesa, Sandji Fati, e do Comércio, Tcherno Djaló e ainda um elemento do gabinete do primeiro-ministro, Nuno Nabiam, que devia entregar hoje um relatório sobre o caso ainda não o fez.

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