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Autárquicas em Moçambique: Oposição quer reforçar supervisão da repetição das eleições


Mesa de voto em Nampula. 11 de outubro, dia de eleições autárquicas em Moçambique
Mesa de voto em Nampula. 11 de outubro, dia de eleições autárquicas em Moçambique

Partidos dizem-se prontos para a votação no dia 10 de dezembro.

O Governo moçambicano determinou o dia 10 de dezembro para a repetição da votação para as sextas eleições autárquicas nos municípios descritos pelo Conselho Constitucional(CC), como tendo havido irregularidades que afetaram o processo.

Gurúè (Zambézia) e Nacala Porto (Nampula) terão o escrutínio repetido em algumas assembleias de voto, enquanto em Marromeu, na província de Sofala, a repetição abrange toda a autarquia.

Os principais partidos concorrentes já estão a afinar a máquina, para assegurar melhores resultados no processo.

“Nós estamos a nos preparar, como qualquer outro processo. Neste momento, a prioridade é preparar os nossos delegados de candidatura, para permitir que possamos estar no processo cada vez melhor”, explica o porta-voz da Renamo, José Manteigas.


O MDM, segundo maior partido da oposição a nível nacional, diz, também, estar pronto para ir a votos, augurando melhorar a posição nas autarquias em causa.

“Nós somos pela legalidade e, como um dos atores políticos do país, estamos a nos organizar, de modo a que possamos melhorar os resultados alcançado na eleição regular”, diz à Voz da América em Maputo, a secretária geral do partido, Leonor Lopes.

Aqueles dois partidos mostram-se algo incomodados pelo fato de o processo do dia 10 de dezembro continuar a ser dirigido pelos mesmos atores culpados pelas irregularidades que ditaram a repetição, ainda assim, apostam no reforço da supervisão e na esperança de mudança de atitude dos órgãos eleitorais.

“Vamos redobrar os esforços na supervisão, mas, também, esperamos que depois de todas as críticas e manifestações, os órgãos eleitorais se olhem no espelho e se redimam”, afirma Manteigas.

Do lado da Frelimo, uma fonte do secretariado que pediu para não ser identificada, disse apenas que o partido está pronto, mas que toda a orientação está a ser alinhada ao nível central.

Por seu turno, o comentador político Dércio Alfazema espera que a repetição, determinada pelo CC, possa servir para lavar a imagem dos órgãos eleitorais, contudo, diz não seja caso para se ficar sossegado.

“Em Marromeu, por exemplo, já houve repetição no passado e deu mais problemas que as eleições regulares. Vamos esperar para ver, mas a nossa expectativa é que os agentes eleitorais devem se redimir e ter um comportamento condizente com o processo”, conclui aquele analista político.

A Comissão Nacional de Eleições anunciou a vitória da Frelimo em 64 dos 65 municípios do país, mas o CC considerou que em quatro autarquias a Renamo foi a vencedora e mandou repetir eleições parciais e totais em outros quatro.

Até agora, a Frelimo ganhou em 56 municípios, a Renamo em quatro e o MDM numa única autarquia.

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