Mais de 300 famílias em Muxinda, na província angolana da Lunda Norte podem ver as suas casas demolidas.
As autoridades tradicionais locais, no entanto, dizem não opor-se a esta acção de melhoria das vias, mas questionam a falta de alternativas.
O soberano Mwanangana Kapenda Kamulemba disse à VOA que a acção enquadra-se no alargamento da estrada n.100, entre Lunda Norte e Luanda, mas o que denuncia aforma desumana como as demolições vão decorrer.
As autoridades governamentais locais fogem ao contacto com os lideres comunitários, segundo osMwananganas, para a mediação de negociações entre as comunidades afectadas e o representante do Governo.
“A ideia é que ninguém fique prejudicado neste processo, tal como tem sido prática noutras partes de Angola, o que infelizmente não está a acontecer, diz Mwakapenda.
Quem também não se conforma com a simples entrega de meia dúzias de chapas de zinco, aos visados, propostas pelas autoridades governamentais, é o presidente do Movimento Protectorado Lunda Tchokwe, José Zecamutchima.
“O Governo angolano, antes de demolir, tem que oferecer garantias de acomodação destas 300 famílias que ficarão sem tecto e numa altura em que nas Lundas faz-se intenso”, frisou Zecamutchima.
A VOA procurou ouvir o governador da Lunda Norte, Ernesto Mwangala, mas sem sucesso.