Em Cabo Verde, o Vulcão do Pico, na ilha do Fogo, continua em erupção e os cientistas avisam que não há previsão para o término desse fenómeno da natureza.
Entretanto, as autoridades preparam-se para a evacuação de localidades que podem vir a ser ameaçadas dentro de dois a três dias.
A investigadora da Universidade de Cabo Verde que está na região de Chá das Caldeiras, no sopé do vulcão, Sónia Silva, adverte que, a continuar o ritmo actual, as lavas podem chegar a outras localidades e reitera que não há como prever o término da erupção.
As autoridades trabalham num plano de contingência para a eventualidade de evacuação de populações que podem estar ameaçadas, como Fernão Gomes, Cutelo Alto e Fonsaco. Entretanto, o coordenador da Protecção Civil Arlindo Lima garante que o trabalho de casa está a ser feito.
"Temos um período de três dias até que as lavas possam chegar perto de Fernão Gomes, estamos a contactar e identificar as cerca de duas mil pessoas que lá mora", disse Lima.
No terreno, uma equipa de Avaliação e Coordenação de Catástrofes das Nações Unidas(Undac) acompanha as iniciativas das autoridades cabo-verdianas.
Os peritos estão a recolher informações sobre a situação no terreno. Teresa Encarnação, que representa o Escritório das Nações Unidas para a Assistência Humanitária, enumera as principais necessidades, como tendas, água, comida, apoio médico e financeiro.
Por outro lado, o Governo de Angola enviou dois helicópteros e um barco para ajudar as autoridades e também hoje devem chegar duas ambulâncias de Portugal.
Para fazer frente às consequências da erupção vulcânica, o Governo cabo-verdiano propôs o aumento do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) de 15 por cento para 15,5 por cento apenas para o ano de 2015 visando arrecadar receitas para reconstruir as vilas, infra-estruturas e garantir actividades económicas na ilha do Fogo.