A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) de Moçambique multou e penalizou discotecas na província de Manica, por permitir a entrada nos recintos menores de 18 anos, que são depois usadas para a prostituição infantil.
Durante uma inspecção nocturna em sete locais de diversão em Chimoio, em média 10 raparigas com 16 anos encontravam-se no interior de cada um deles, quase todas dedicadas também a prostituição infantil.
“Há muita presença de menores de 16 anos nos locais de diversão nocturna. Além de se divertirem estão também no negócio de sexo”, disse Rita Freitas, inspectora geral do INAE, garantindo que as autoridades estão a combater a prostituição infantil.
Aquela responsável revelou que vários estabelecimentos estão a violar propositadamente o regulamento que interdita o acesso de menores de 18 em lugares de diversão nocturna, por considerar que as raparigas atraem clientes, proliferando desta forma a prostituição infantil.
“Nós, como Governo, vamos continuar a desencorajar este negócio de sexo de menores” pelo menos em lugares de diversão nocturna, exigindo que os estabelecimentos tenham agentes da polícia a exigirem os Bilhetes de Identidade a entrada.
O Departamento de Estado americano alertou, no seu relatório de 2015, que “a prostituição infantil está a aumentar em Maputo, Beira, Chimoio e Nacala, bem como perto das áreas extractivas de Tete e Cabo Delgado”.
A difícil conjectura económica que o país atravessa desde então, associada à pobreza, também tem estado a atrair mais raparigas para as ruas, muitas “empurradas” pelas famílias levarem dinheiro para casa, defendeu o sociólogo Boaventura Bosco.
Não existem estatísticas de quantas crianças estão envolvidas na prostituição infantil em Moçambique, mas o número de adolescentes que se enveredam pelo negócio de sexo aumentou exponencialmente nas zonas urbanas de Moçambique.