Uma onda de imigração de cidadãos malawianos, que violam as fronteiras de Moçambique para chegar a África do Sul, em busca de melhores condições de sobrevivência, reactivou a preocupação das autoridades moçambicanas sobre a segurança nas fronteiras.
A informação foi dada a conhecer nesta segunda-feira, 22, aquando do anuncio do repatriamento de um grupo de malawianos ilegais retidos em território moçambicano.
Os imigrantes malawianos geralmente violam a fronteira de Zobue, a principal terrestre entre Moçambique e Malawi, fugindo da fome e desemprego no seu país e à procura de oportunidades na África do Sul.
O grupo circulava sem passaportes e outros documentos de identidade, numa viatura de carga improvisada com lonas na zona entre o Rio Save e Muxúnguè, na provincia moçambicana de Sofala, quando foi detido pelas autoridades.
“Repatriamos agora 11 cidadãos malawianos ilegais” disse Jorge Machava, porta-voz dos serviços provinciais de migração de Manica, por “violação de fronteira e falta de documentos”, para livre circulação no território.
A violação da fronteira pelos imigrantes malawianos é geralmente feita por um guia, que cobra altos valores aos candidatos, para garantir transporte – camionetas abertas com carroçaria coberta de lona - muitas vezes de forma desumana e introdução no território sul-africano de forma fraudulenta, relataram várias fontes de segurança à VOA.
Quem quer entrar na África do Sul com emprego, muitas vezes sazonal nas plantações e na construção civil, paga mais.
Autoridades de segurança indicaram que anualmente mais de 500 malawianos são repatriados em Moçambique ao tentar chegar a África do Sul, mas muitos escapam ao controlo da migração.
Os governos de Moçambique e Malawi anunciaram a conclusão da reafirmação das suas fronteiras em Novembro de 2017, estando em finalização entre Zâmbia e Tanzânia, uma das medidas de reforço de segurança contra a entrada e movimentação ilegal de estrangeiros.