Especialistas guineenses defendem a vantagem de Blockchain para o controlo de pagamento de salários aos funcionários públicos, mas consideram que a tecnologia, por si só, não resolve o problema, a menos que haja uma vontade e rigor por parte dos responsáveis governamentais.
O país decidiu abraçar a tecnologia com objectivo de criar mais transparência e controlo no pagamento de salários aos funcionários públicos, que superam o critério de convergência nos países da UEMOA, segundo o qual nenhum país deve alocar mais de 35% do seu orçamento para suportar a massa salarial.
Mas, neste momento, a Guiné-Bissau despende cerca de 90% da sua receita orçamental para o efeito, sendo mensalmente mais de cinco mil milhões de francos cfa, equivalente a pouco mais de nove milhões de dólares.
Na opinião de Santos Fernandes, especialista em economia e políticas públicas, que também esteve envolvido nos estudos e na implementação de Blockchain no país, esta tecnologia não só permite monitorar e efetuar relatórios sobre despesas com os salários dos funcionários públicos, como também ajuda na transparência e gestão dos fundos públicos ligados a massa salarial.
“Havendo uma boa gestão do próprio instrumento Blockchain, penso que o efeito pode ser imediato no controlo da massa salarial, que tem sido um dos calcanhares de aquiles”, diz Fernandes.
Fonte ligada ao Governo diz à VOA que a Guiné-Bissau conta actualmente com mais de 36 mil funcionários.
Havendo no país problemas de disciplina orçamental, Midana Sambú, economista, especializado em comércio e avaliação de projetos, diz que a tecnologia Blockchain vai permitir acabar com os funcionários fantasmas, eliminar esquemas que tornam “o erário público recurso para enriquecimento próprio”.
Acompanhe:
Fórum