Há mais de dois meses que em diversos estabelecimentos de ensino na província angolana de Kwanza Sul registam casos de desmaios. O primeiro caso deu-se numa das escolas primárias da cidade de Porto-Amboim com mais de quarenta alunos desmaiados. De seguida os desmaios aconteceram no Instituto Nacional de Petróleos tendo afectado mais de 20 alunos que foram parar ao hospital.
Na sequência desses incidentes, alguns pais e encarregados de educação retiraram as suas educandas do Instituto Nacional de Petróleos e as enviaram para Luanda, tendo alguns, no entanto, cedido aos pedidos do INP.
Situações idênticas registaram-se noutros estabelecimentos de ensino de Porto-Amboim, como a escola 2 de Março no Chingo e nas salinas, bem como no Instituto Superior Politécnico, de onde um número considerável de estudantes deslocou-se ao hospital municipal.
A Direcção Provincial da Saúde não se pronunciou sobre o assunto porque, segundo as nossas fontes, terá recebido ordens ao mais alto nível para não divulgar dados sobre o assunto.
O caso mais recente aconteceu na passada segunda-feira, 20, na escola primária Terra Prometida na zona 4, quando mais de 20 alunos foram parar ao hospital, com os pais a mostrarem a sua indignação ao ver as suas filhas a serem levadas ao hospital quase moribundas.
A VOA soube de fonte segura que a polícia local está a investigar a origem desse fenómeno e as suas motivações, mas nem a corporação nem o Governo querem falar sobre o assunto.
A VOA contactou o director provincial de Educação Francisco António de Figueiredo Júnior que absteve-se de gravar entrevista, mas adiantou que os desmaios, nas suas palavras, não passam de uma “histeria colectiva”.
Segundo Figueiredo Júnior, uma comissão proveniente de Luanda, encabeçada pelo director nacional da Protecção civil e Bombeiros, o comandante Gimby, deu a conhecer que situações idênticas foram investigadas em Luanda, mas sem qualquer resultado clínico.
Na ocasião, foram tomadas amostras de sangue às meninas e enviadas para a Europa e para os Estados Unidos, tendo o resultado dado negativo.
No Comando Provincial da Protecção Civil e Bombeiros, o comandante Sebastião também não aceitou ser entrevistado mas adiantou que tais incidentes acontecem sempre nas vésperas de provas.
O comandante disse que apesar de tudo está preocupado com a situação e se for uma brincadeira de mau gosto, alguém deve ser responsabilizado.