As autoridades cabo-verdianas continuam a receber deportados dos Estados Unidos, a maior parte deles sem familiares no arquipélago e sem dominarem o crioulo em virtude de terem vindo crianças para a América.
A falta de integração de muitos deles tem sido apontada como uma das causas do aumento da delinquência juvenil urbana.
A embaixada de Cabo Verde em Washington, com o apoio técnico de organizações não governamentais americanas, prepara um projecto para facilitar a integração dos deportados dos Estados Unidos em Cabo Verde, que foi apresentado recentemente ao Departamento de Estado.
O embaixador Carlos Veiga disse à VOA que o projecto, em fase de elaboração, prevê, num primeiro momento, “um certo confinamento dos deportados, de modo a facilitar a sua integração, através de um atendimento personalizado, para que eles saibam que há uma nova oportunidade”.
Embora não tenha avançado muitos detalhes, o embaixador em Washington é de opinião que há que resolver esse problema que se vem acumulando através dos anos.
A proposta em debate prevê a criação de uma estrutura de missão mínima para assegurar a integração dos deportados.
“Terá de ser uma estrutura de missão mínima para receber as pessoas e ajudá-las na sua integração.
Os parceiros que se disponibilizaram a ajudar na elaboração do projecto apenas o fazem a nível conceptual.
Para Carlos Veiga, “cabe ao Governo fazer a sua parte e encontrar meios para o executar, tem que dar um sinal e encontrar parceiros”.
A média de deportações ronda os 15 a 16 casos mensais,
O antigo primeiro-ministro acredita que até o fim do ano deverá ficar um número residual de jovens a ser enviados a Cabo Verde.
Os governos de Cabo Verde e Estados Unidos assinaram a 24 de Janeiro em Washingto, um memorando que regula a deportação de cidadãos dos dois países.