As autoridades angolanas estão a investigar uma provável rede de prostituição alegadamente de cidadãos chineses envolvendo menores de idade na localidade de Caota, na província de Benguela.
Movido por denúncias de moradores daquela zona pesqueira, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve na semana passada um cidadão chinês de 30 anos de idade, a quem apreendeu mais de 16 milhões de kwanzas (equivalente a cerca de 25 mil dólares) e mais de 800 dólares americanos.
Outros chineses que se encontravam na companhia de raparigas angolanas também foram interrogados.
Uma jovem que assume ter uma relação amorosa com um cidadão chinês, também chamada ao SIC, conta que existem menores na suposta rede de prostituição, mas lembra que há maiores de idade que sabem o que querem.
"Nunca fomos obrigadas, gostamos deles. As menores que dormem com o chinês é por obrigação das próprias mães, eles têm dinheiro”, conta.
Ela prossegue, citando o pensamento de mães das menores, dizendo que “se vocês não namorarem com eles vamos vos tirar de casa. Nós, maiores, às vezes recebemos, mas há amor e queremos resolver isso rápido”.
Há seis anos em Angola, o cidadão chinês detido, conhecido por Marito, explica que o dinheiro apreendido é resultado da venda de peixe e nega que tenha sido usado para aliciar meninas.
"Esse dinheiro veio dos clientes, que compraram peixe. Vim da China com dois mil dólares, mas em Angola só deram 834”, conta o cidadão.
O porta-voz do SIC l em Benguela, Vitorino Cotingo, que falou da apreensão de avultadas somas fora do circuito financeiro sem justificação, apresentou indicadores de que a operação vai continuar.
"Foram interpelados quatro casais, de chineses e angolanos, que se encontravam em convívio no interior de residências. Por serem maiores de idade, como atestam os documentos, foram simplesmente convidadas para as nossas instalações e posteriormente liberadas”, refere Cotingo.
Caota fica a 15 quilómetros da cidade de Benguela.