Mais de três meses depois da morte do estudante Inocêncio de Matos, durante uma manifestação em Luanda no dia 11 de Novembro, os seus pais continuam a não receber qualquer informação das autoridades sobre as investigações ao caso.
Os pais deram entrada também com uma acção cível e outra criminal, que ainda não teve qualquer desenvolvimento.
Aquando da manifestação, a polícia disse que Matos morreu quando caiu perseguido pelos agentes, mas há acusações que o estudante foi brutalmente espancado, o que resultou na sua morte.
Alfredo de Matos, pai de Inocêncio de Matos, afirma que mesmo depois de formalizarem um processo cível no Tribunal Provincial Dona Ana Joaquina e um processo-crime junto da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola para a competente investigação, ainda não foram chamados para as devidas investigações.
“O processo deu entrada em Dezembro e até ao momento não dão nenhuma resposta”, afirmou.
“Matam-se inocentes e negam-lhes a justiça”, acrescentou Matos, para afirmar ainda que “a única coisa que pedimos é que se faça justiça” .
Até ao momento, a defesa não teve acesso ao relatório da autópsia realizada ao corpo de Inocêncio de Matos.
O estudante do 3° ano de Ciências de Computação, na Universidade Agostinho Neto, foi mortalmente ferido na manifestação de 11 de Novembro, convocada por activistas para protestar contra o desemprego e a favor das eleições autárquicas, e que foi duramente reprimida pela polícia.
Ferido, Matos viria a falecer no hospital, mas o pai, em entrevista à VOA, refutou a versão da polícia que negou qualquer envolvimento na morte.
Nas duas participações os advogados exigem a responsabilização do Estado angolano pelo assassinato do estudante de 26 anos de idade.