O grupo militar, autoproclamado Junta Militar da Renamo, que exige a demissão de Ossufo Momade, denunciou nesta quarta-feira, 24, um plano do Governo para atacar os seus reagrupamentos na Gorongosa, supostamente para obrigar a guerrilha a não interferir nas negociações com a liderança do partido.
“Hoje tenho informação, o Governo está a preparar efectivo para atacar estes homens que estão a nos obrigar a aceitar o que deixou (Afonso) Dhlakama”, denunciou Mariano Nhungue, o major-general da Renamo, líder do grupo de militares quem contestma a liderança do partido.
Nhungue acrescentou que as negociações de paz conduzidas por Ossufo Momade “ferem o espirito do acordo” que o ex-líder, Afonso Dhlakama, pretendia alcançar sobre a questão do desarmamento, desmobilização e reintegração dos homens armados da Renamo.
O líder daquele grupo ameaçou com uma resposta à altura qualquer intervenção militar do governo, alertando para a eclosão de um novo conflito e a não convocação das eleições gerais, previstas para dentro de três meses.
“Se o Governo não resolver esse problema há guerra aqui em Moçambique”, alertou Mariano Nhungue.
Ontem, o grupo anunciou ter desarmado a guarda de Ossufo Momade na Gorongosa e que novas medidas exequíveis, para instituição de uma nova liderança, seriam apresentadas em 10 dias.
A Renamo já reagiu minimizando as afirmações de Nhungue e afirmando que o partido está unido em torno da liderança de Ossufo Momade.