Organizações da sociedade civil, administradores municipais, entidades religiosas e outras debateram no Lubango na quarta-feira, 26, a instalação das autarquias e desafios do desenvolvimento no Sul de Angola.
O encontro promovido pela Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente, (ADRA), visa buscar contribuições a volta deste modelo de governação que Angola pondera experimentar na presente legislatura.
Numa altura em que já se começa a questionar sobre como o país vai avançar para desafio, o director-geral da ADRA, Belarmino Jelembi, entende que é chegado o tempo de se aprofundar as discussões à volta dos critérios que vão definir as autarquias no país.
Fernando Pacheco, um dos animadores do debate, alertou que a autarquia é um passo importante para desencadear o desenvolvimento de Angola.
Para o também responsável do Observatório Político e Social de Angola, (OPSA), o desenvolvimento deve passar pela contribuição de cada um ao seu nível.
“No país, continuamos a ouvir muitas vezes dizer o comboio vai levar desenvolvimento a Menongue. Continuamos a ouvir que da mesma maneira que José Eduardo dos Santos nos trouxe a paz, João Lourenço vai nos trazer desenvolvimento. Isto não faz sentido. João Lourenço por muito boas ideias que tem ele vão vai trazer desenvolvimento! Ele pode criar o ambiente que permite o desenvolvimento. São duas coisas completamente diferentes. Desenvolvimento para nós é um processo de transformações onde o cidadão ou o povo está no centro e um cidadão para além de João Lourenço vai para além de qualquer de qualquer uma das pessoas presentes aqui nesta sala”, defendeu Pacheco.
O debate procurou centrar-se nos diversos caminhos para o desenvolvimento do sul do país que, entre outros, enfrenta o forte desafio do combate à seca.