Os órgãos autárquicos eleitos em Outubro de 2018 em Moçambique tomam posse na quinta-feira, 7, na primeira vez que a Frelimo vai ser forçada a negociar com a oposição a aprovação de orçamentos em municípios onde não obteve maioria.
Para analistas, "isso é muito positivo para a democracia".
A Frelimo venceu na maior parte das 53 autarquias onde se realizaram as eleições de 10 de Outubro, mas, em muitos casos, sem a necessária maioria para aprovar, sozinha, os orçamentos desses municípios.
O mandatário da Renamo junto dos órgãos eleitorais, André Magibire, promete luta renhida porque nos municípios onde a Frelimo saiu vencedora, a diferença é de dois a três membros na Assembleia Municipal.
O analista Moisés Mabunda entende ser positivo o facto de a Frelimo ser obrigada a negociar com a oposição porque isso contribui para o reforço da democracia, e "significa que os partidos políticos da oposição já estão a dar sinal de vitalidade ".
O MDM diz estar disponível para dar o seu contributo aos esforços para a consolidação da democracia moçambicana.
Entretanto, havia o receio de que a Renamo boicotasse a tomada de posse em alguns municípios onde contesta os resultados eleitorais, mas Gania Mussagy, da Comissão Política daquele partido, assegura que os membros vão mesmo tomar posse, sem, no entanto, se referir ao caso do edil de Quelimane, Manuel de Araújo.