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Autárquicas em Cabo Verde: o papel local das câmaras municipais


Campanha eleitoral
Campanha eleitoral

Analistas existem participação das comunidades nas decisões

Os cabo-verdianos elegem no domingo, 25, os novos poderes autárquicos, nas oitavas eleicões locais.

A polarização nacional entre os dois principais partidos políticos, MpD e PAICV, que marca a política do país, estende-se ao poder local.

Muitos questionam se as câmaras municipais não são uma mera extensão dessa polarização e da luta política entre as duas principais forças políticas do país.

Jacinto Santos, antigo autarca, presidente Plataforma das ONG de Cabo Verde
Jacinto Santos, antigo autarca, presidente Plataforma das ONG de Cabo Verde

O antigo presidente da Câmara Municipal da Praia, a capital do país, e actual presidente da Plataforma das Organizações Não Governamentais, Jacinto Santos, e o líder do movimento cívico Sokols, Salvador Mascarenhas, dizem que as autárquicas precisam apostar de forma mais incisiva no desenvolvimento dos respectivos territórios, acção que exige ideias e planos locais e que envolvam os cidadãos.

Para Santos, “as populações devem ser ouvidas para que possam dar contributos sobre as infra-estruturas e outros projectos que sirvam às comunidades”.

O antigo edil da capital entende que os cidadãos não podem ser apenas destinatários porque “são importantes também na construção de soluções para o desenvolvimento local".

Salvador Mascarenhas, líder do movimento Sokols de Cabo Verde
Salvador Mascarenhas, líder do movimento Sokols de Cabo Verde

Por seu lado, Salvador Mascarenhas diz que o movimento que ele lidera, Sokols, vem reclamando uma democracia mais participativa.

Para ele, as câmaras municipais devem ser compostas por pessoas capacitadas e que “conhecem bem o território municipal, estando, acima de tudo, totalmente abertas para auscultar e absorver os contributos da sociedade civil".

"Infelizmente temos uma democracia somente representativa e isso é muito mau, muitas obras que se fazem não são antecedidas de consultas nenhumas às populações”, aponta Mascarenhas, para quem “a nossa democracia precisa subir de patamar ".

A campanha eleitoral marcada pelo incumprimento das normas sanitárias por parte de determinadas candidaturas, que priorizaram muita alomeração de pessoas, decorre até sexta feira, 23, dois dias antes da eleição.

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