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Aumento de preços pode provocar convulsão social em Angola


O aviso é de analistas.

Angola enfrenta nos últimos meses uma crescente falta de alimentos, ao mesmo tempo que os preços dos produtos aumentam diariamente e os vendedores a grosso e supermercados já limitam a quantidade de venda por pessoa.

Analistas afirmam que esta situação pode criar convulsões no país no momento em que o Governo procura dinheiro para comprar alimentos e medicamentos.

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O Executivo anunciou ter garantido, desde Novembro, 11,4 mil milhões de dólares em empréstimos para colmatar as dificuldades financeiras face à quebra na cotação do petróleo no mercado internacional.

No domingo, a agência de notícias financeiras Bloomberg revelou que o Governo angolano e um fundo de investimento com sede em Londres Gemcorp estão a negociar um novo empréstimo de 500 milhões de dólares, que permite a Luanda comprar alimentos e medicamentos.

A questão, no entanto, não passa apenas por contornar a falta de fundos ou esperar pelo aumento do preço do crude no mercado internacional.

Para o especialista em políticas públicas, David Kissadila, o Governo deve melhorar as suas politicas de abastecimento de alimentos, caso contrário pode enfrentar convulsões sociais devido ao descontentamento popular.

“Numa casa onde não tem comida todos ralham e ninguém tem razão, e aí poderá criar eventuais condições para uma convulsão”, reforçou Kissadila.

Apesar de também considerar que os preços irão aumentar, o também economista Precioso Domingos descarta qualquer convulsão social por, segundo ele, não existir uma consciência cívica no cidadão angolano.

“Infelizmente vai piorar num curto prazo porque podemos terminar o ano com uma taxa de inflação de 50 por cento”, reforça.

Desde o fim de 2014, quando o preço do crude no mercado internacional começou a cair, o Governo de Angola enfrenta uma grave crise financeira que já é assumida pelas próprias autoridades.

Um comunicado enviado na segunda-feira 11, pelo Ministério das Finanças às redacções revela que o crescimento do Produto Interno Bruto está agora estimado em 1,3 por cento em relação a 2015, menos de metade dos 3,3 por cento previstos no Orçamento Geral do Estado para 2016.

Para complicar ainda mais as contas do Executivo, o orçamento para este ano foi feito tendo por base o preço do barril de crude a 45 dólares, mas agora as autoridades reconhecem que o preço médio será de 41 dólares.

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