Em Benguela, a alta dos preços dos produtos alimentares leva o Ministério do Comércio a inspeccionar estabelecimentos de venda, enquanto a população alerta para a chegada de uma fase de carência.
A inspecção, em parceria com a Polícia Económica, pode resultar em sanções para agentes comerciais que aumentem os preços em demasia que devem variar entre multa e a perda do alvará.
Os comerciantes lembram que não se está a importar alimentos, muito devido à falta de divisas.
Os preços dos alimentos têm vindo a subir, mas ninguém pensava que a níveis tão assustadores, passando vários produtos a custar quase três vezes mais, como arroz,fuba, da massa, óleo vegetal, d batata e até das hortícolas.
Muitos cidadãos optam por sair das principais cidades para municípios do interior, onde também já se verifica algum aumento, um cenário que contraria o habitual.
Na hora do alerta, quer pela subida, quer pelas restrições impostas em estabelecimentos comerciais, vários populares dizem que os bolsos não suportam a alta dos preços.
“Não é possível que as lojas aumentem os preços de duas em duas horas”, denuncia um citadino, enquanto outros dizem que o arroz (saco de 25 quilogramas) está a custar 10 mil kwanzas, quando antes era vendido a três mil, ao passo que o açúcar disparou para 25 mil kwanzas, contra os nove anteriores.
Com uma mão cheia de medidas punitivas, o Ministério do Comércio e Hotelaria começou nesta segunda-feira a inspeccionar estabelecimentos de venda, como anunciou na Rádio Benguela o director provincial, António Saraiva, sublinhando não haver razões para alarme.
“Temos uma equipa conjunta a trabalhar nesse sentido, mas admitimos que a alteração da moeda, como se verifica, possa alterar preços, mas não desta forma”, sustenta o dirigente, que garante muitos fiscais “em cima dos operadores”.
Em contexto de incertezas, surge a crítica de quem um dia defendeu a aposta no campo para o benefício da cidade.
O general Abílio Kamalata Numa, deputado da Unita, evoca o espírito de ‘Muangai’, ligado ao surgimento do seu partido
“Sempre dissemos que tínhamos de apostar no campo, olhando para o homem. Não começar com a agropecuária mecanizada sem ter em conta o homem. Caso contrário, não diversificamos a economia, não teremos produção’, concluiu Numa.