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Aumentam casos de violação sexual em Manica


Muitos casos naquela província moçambicana devem-se à superstição e crenças religiosas

Os crimes de violação de menores, motivados por rituais, para cura e enriquecimento ilícito, voltaram a preocupar as autoridades policiais na província Moçambicana de Manica, que se desdobram para combater esse cenário.

Aumentam casos de violação sexual em Manica
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Estatísticas da Polícia indicam que 23 casos de violação de menores foram registados de Novembro de 2018 a Janeiro corrente.

O caso mais recente deu-se no sábado 26, quando um idoso de 53 anos de idade violou sexualmente a sua neta de três anos, supostamente para atender a um ritual para enriquecimento ilícito.

O incidente foi denunciado pela esposa do ancião, que está detido numa das esquadras da Polícia em Chimoio, a capital de Manica.

"A violação era recorrente, até que o caso foi denunciado a Polícia", disse Mateus Mindu, porta-voz do comando provincial da Polícia em Manica.

Na sexta-feira, 25, um auto-proclamado profeta, de 26 anos de idade, foi detido pela polícia, por violaçao sexual de uma menor de 13 anos, durante um tratamento espiritual.

A família da menor terá procurado o "líder espiritual", na sequência de frequentes dores nos órgãos sexuais da menor.

O auto-proclamado profeta isolou a menor num quarto, onde a violou sexualmente, supostamente como parte do ritual para a cura.

O caso foi denunciado à Polícia e o suspeito está detido em Vanduzi.

Na província de Manica é frequente o registo de casos de violação sexual de menores, protagonizado por homens adultos, incluindo país e familiares das vítimas.

Várias vezes os casos estão ligados à superstição.

Estatísticas da Polícia em Manica indicam que 23 casos de violação de menores foram registados de Novembro de 2018 a Janeiro corrente.

Entre Janeiro e Setembro de 2018, 7.600 casos de violação de menores foram registrados em todo o país, quase 10% que em 2017, revelam dados do Departamento de Atendimento a Família e Menores Vítimas de Violência Doméstica, ligada a Polícia.

A activista de defesa da rapariga da organização não governamental Levanta Mulher e Siga o Seu Caminho (LEMUSICA), defende que as crenças seculares continuam a emperrar a luta contra o fim à violência de menores.

"Ainda temos crenças, incluindo religiosas, que tornam difícil as campanhas de não violência a menores", disse à VOA, Cecília Ernesto, oficial de raparigas na Lemusica, reconhecendo, no entanto, que cresce a consciência de proteção de menores e rapariga nas comunidades.

No interior de Manica, os curandeiros ainda usam "sangue de virgens" em rituais tradicionais para enriquecimento ilícito e ganhos de poderes espirituais, denunciou uma fonte da Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO).

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