O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deverão falar ainda esta quinta-feira, no seu primeiro telefonema desde o ataque.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse aos jornalistas na quarta-feira, 3, que Israel precisa de melhores medidas para proteger os trabalhadores humanitários e os civis.
A World Central Kitchen disse que pediu à Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Polónia e Estados Unidos para exigir "uma investigação independente e de terceiros sobre esses ataques, incluindo se eles foram realizados intencionalmente ou violaram o direito internacional".
Entre os mortos no ataque de segunda-feira, 1, contam-se um palestiniano, três cidadãos britânicos, um cidadão polaco, um australiano e um cidadão canadiano-americano.
"Uma investigação independente é a única forma de determinar a verdade sobre o que aconteceu, garantir a transparência e a responsabilização dos responsáveis e evitar futuros ataques a trabalhadores humanitários", afirmou a World Central Kitchen num comunicado.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse aos jornalistas na quinta-feira que a resposta de Israel não foi suficientemente boa, "incluindo que isto é apenas um produto da guerra".
"O direito humanitário internacional deixa muito claro que os trabalhadores humanitários devem poder fornecer essa ajuda e assistência sem a ameaça de perder a vida", disse Albanese.
O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse numa conferência de imprensa esta quinta-feira que a Polónia espera uma explicação sobre o que aconteceu, bem como uma compensação para as famílias das vítimas.
O Pentágono declarou que o Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, "exprimiu a sua indignação face ao ataque israelita" durante uma chamada telefónica com o Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, na quarta-feira.
"O Secretário Austin afirmou que esta tragédia reforçou a preocupação expressa sobre uma potencial operação militar israelita em Rafah, focando especificamente a necessidade de assegurar a evacuação dos civis palestinianos e o fluxo de ajuda humanitária", disse o secretário de imprensa do Pentágono, Major-General Pat Ryder, num comunicado.
Austin também citou a necessidade de aumentar, rapidamente, a quantidade de ajuda que entrará em Gaza nos próximos dias, "particularmente para as comunidades do norte de Gaza que estão em risco de fome", disse Ryder.
O chefe das forças armadas de Israel, Herzi Halevi, considerou o ataque um "grave erro", que atribuiu a um "erro de identificação" noturno.
Netanyahu prometeu que o "caso trágico" seria investigado "até ao fim".
O ataque de outubro do Hamas a Israel matou 1200 pessoas, segundo os dados israelitas, e levou à captura de cerca de 250 reféns.
A contraofensiva de Israel em Gaza matou, até agora, pelo menos 33 037 pessoas, dois terços das quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas. O exército israelita afirma que um terço dos mortos eram militantes.
c/AP, Reuters e AFP
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