O número de mortos na tragédia de sexta-feira, 10, quando o portão principal do Estádio 4 de Janeiro cedeu na província angolana do Uíge subiu para 25, de acordo com um médico que falou à VOA sob anonimato por medo de represálias.
Na manhã deste sábado, 11, "faleceram cinco pacientes que entraram com ferimentos graves e durante a tarde registaram-se mais três mortos", confirmou a mesma fonte.
O acidente aconteceu na sexta-feira no jogo de estreia do clube local, Santa Risa de Cássio, no Girabola frente ao Recreativo do Libolo, quando muitas pessoas que queriam ver o jogo terão avançado sob a entrada principal do Estádio, que cedeu, provocando a morte, no momento, de 17 pessoas e mais de 100 feridos, segundo testemunhas oculares.
Até agora, não há informações oficiais e precisas sobre o acidente, com algumas fontes a indicar que houve um tumulto à entrada do Estádio, com a polícia a lançar gás lacrimogéneo e a chicotear pessoas que queriam entrar no local, provocando a pressão sobre o portão, que cedeu.
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, manifestou-se profundamente consternado com a notícia da morte de 17 pessoas, na altura, e pediu um inquérito para apurar as responsabilidades.
Em comunicado, a Federação Angolana de Futebol manifestou "os sentimentos de pesar, tristeza, solidariedade para com toda a população do Uíge em especial aos familiares enlutados e deseja uma rápida recuperação aos feridos” e abriu um inquérito.
A Federação e o Governo angolanos receberam notas de pesar e condolências de várias entidades e países, como da UEFA, do Presidente de Cabo Verde e da Federação Portuguesa de Futebol.
A Liga Espanhola respeitou um minuto de silêncio nos jogos realizados hoje.