O líder da Fundação 27 de Maio, general Silva Mateus, considera “uma palhaçada” a recente atribuição de três títulos ao ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, bem como ao fundador do MPLA e primeiro Chefe de Estado, Agostinho Neto.
Para o activista e jornalista Rafael Marques, não faz qualquer sentido atribuir tantas distinções a um Presidente que considera ser “o responsável pela destruição e transformação do país num antro de corrupção”.
Na sua reunião de quinta-feira, 16, o Comité Central do MPLA anunciou a atribuição a Santos dos títulos de “presidente emérito” e “militante distinto do MPLA” e ainda de “membro honorifico do Comité Central”.
Foi nesse encontro que o partido no poder confirmou que José Eduardo dos Santos deverá deixar a liderança do MPLA no dia 7 de Setembro, altura em que o actual Presidente da República, João Lourenço, deverá ser aclamado novo líder do partido.
O líder da Fundação 27 de Maio, general Silva Mateus Silva Mateus, considera que os títulos atribuídos a Agostinho Neto, 40 anos após a sua morte, só servem para branquear a sua imagem “manchada” pelos acontecimentos de 27 de Maio de 1977.
O antigo dirigente do MPLA manifestou-se inconformado com o facto de membros fundadores do partido, como Viriato da Cruz Lopes, Pinto de Andrade e Lúcio Lara, nunca terem merecido qualquer reconhecimento.
Para o jornalista e investigador Rafael Marques não faz qualquer sentido atribuir tantas distinções a um Presidente que considera ser “o responsável peladestruição e transformação do país num antro de corrupção”.
Entretanto, o deputado MPLA e antigo dirigente da UNITA Miguel Zau Puna questionou a coincidência da distinção simultânea feita aos dois líderes.
Para Nzau Puna, o primeiro Presidente de Angola há muito merecia trais títulos.