A corredora queniana Agnes Tirop foi encontrada morta nesta quarta-feira, 13 de Outubro, com ferimentos de faca no estômago num suspeito de homicídio, disseram autoridades do atletismo.
Tirop, 25 anos, era uma atleta em rápida ascensão - uma medalhista mundial de bronze duplo nos 10.000m e campeã mundial de corta-mato em 2015, que também terminou em quarto nos 5.000m nos Jogos Olímpicos de Tóquio este ano.
No mês passado, ela quebrou o recorde mundial feminino de 10 km no evento Road to Records na Alemanha, com o tempo de 30:01, cortando 28 segundos do recorde anterior, disse o Athletics Kenya.
Tirop também fez história em 2015, quando se tornou a segunda mais jovem medalhista de ouro em campeonatos de corta-mato feminino, depois de Zola Budd, da África do Sul.
Ela foi encontrada morta em sua casa na cidade de Iten, uma cidade de treino em altitude, no oeste do Quénia.
"O Quénia perdeu uma jóia que era uma das gigantes do atletismo em ascensão mais rápida no cenário internacional, graças às suas performances na pista", disse o Athletics Kenya em comunicado.
"Ainda estamos a trabalhar para descobrir mais detalhes sobre a morte dela."
Uma heroína queniana
O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, prestou homenagem à jovem atleta e pediu à polícia para rastrear os responsáveis pela sua morte.
“É perturbador, totalmente lamentável e muito triste termos perdido uma jovem e promissora atleta que, com uma idade de 25 anos, trouxe ao nosso país tanta glória com as suas façanhas no cenário do atletismo global”, disse ele em comunicado.
"É ainda mais doloroso que Agnes, uma heroína queniana em todos os sentidos, tenha perdido dolorosamente a sua jovem vida por meio de um acto criminoso perpetuado por pessoas egoístas e covardes", disse ele.
No sábado, outro atleta queniano de longa distância, Hosea Mwok Macharinyang, integrante da equipa mundial de corta-mato que bateu o recorde do país, morreu do que as autoridades do atletismo queniano disseram ser suicídio.
Macharinyang, 35, foi encontrado em sua casa em West Pokot, no oeste do Quénia.
"Ele era um atleta brilhante, comprometido com a modalidade em que competiu pelo Quénia por muitos anos em corridas de corta-mato e de 5.000m e 10.000m", disse Jackson Pkemoi, representante do West Pokot do Athletics Kenya, à AFP.
Macharinyang fez um recorde de oito aparições e ganhou três títulos consecutivos para o Quénia no Campeonato Mundial de Corta-mato de 2006 a 2008.
O Quénia é o país melhor sucedido em campeonatos de corta-mato, com 49 títulos por equipas e 27 individuais.