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Ativistas protestam sábado contra aglomerados de famílias desalojadas em Benguela


Magistério onde se encontram os desalojados das Salinas, Benguela
Magistério onde se encontram os desalojados das Salinas, Benguela

Ativistas cívicos angolanos promovem no próximo sábado, 18, uma manifestação contra o que chamam de aglomerados das mais de 100 famílias desalojadas do bairro das Salinas, arredores da cidade de Benguela, quando o governador provincial, Rui Falcão, diz que o assunto foi entregue às entidades competentes.

Três semanas após as demolições de casas, escola e posto de saúde, o espetro de contaminação comunitária da Covid-19 em Angola serve de pretexto para uma manifestação que tenciona igualmente repudiar a condenação dos três ativistas que filmavam o cenário.

A ativista Sara Paulo, à frente de uma organização que espera colocar centenas de cidadãos nas ruas de Benguela, é contra a ocupação ilegal de espaços, mas lembra que a Administração Municipal inverteu os papéis, chegando a ignorar a fase de pandemia.

"Primeiro devia identificar os responsáveis pela venda dos terrenos, obrigá-los a indemnizar as famílias e depois demolir. Não foram criadas condições, agora que estamos em pandemia vê-se três a quatro famílias num quarto, sem higiene, aí é impossível a prevenção’’, alerta a ativista.

O secretário provincial da UNITA, Abílio Kaúnda, refere que o histórico indica que as Salinas foram sempre um bairro habitado, pelo que não devem ser vistas como reserva fundiária do Estado.

"O Dr. Agostinho Neto dizia que ‘o mais importante é resolver os problemas do povo’ … então esse é o nosso povo, ao relento, numa escola porque quem deve resolver este problema não o faz. Para onde vão depois da pandemia?’’, pergunta Kaúnda.

À procura de resposta, a VOA questionou o governador provincial, Rui Falcão.

"O assunto está a ser tratado pelas entidades competentes’’, resume o governador.

Na mesma ocasião, em que passou em revista os seus três anos em Benguela, o governante afirmou que a população continua a ser o foco da sua ação.

"Olho com a mesma tranquilidade com que cheguei. Temos dado o máximo de nós para melhorar as condições de vida das populações, para melhorar os índices de governação e vamos continuar assim’’, promete Falcão.

Após as demolições do passado dia 24 de Junho, a Administração Municipal garantiu que as famílias não ficariam muito tempo no magistério.

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