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Ativista angolano vive "pesadelo" depois de uma infração de trânsito


Florindo Chivucute, diretor executivo da Friends of Angola
Florindo Chivucute, diretor executivo da Friends of Angola

Florindo Chivucute, diretor da Friends of Angola, acredita haver um viés politico num simples processo de infração de trânsito

Duas semanas depois de ter sido detido por uma infração de trânsito e julgado de forma sumária, o diretor da organização não governamental Friends of Angola (FoA), Florindo Chivucute ainda não conseguiu recuperar o seu carro e documentos, apesar de diariamente deslocar-se ao tribunal.

Aquele ativista acredita que por trás desse processo existe um viés político devido ao seu trabalho na defesa dos direitos humanos, facto que lhe tem merecido também apoio de organizações não governamentais.

Ativista angolano vive "pesadelo" depois de uma infração de trânsito
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No dia 28 de agosto, ao estacionar indevidamente o seu carro numa rua em Luanda, Florindo Chivucute diz que “foi abordado por polícias de forma agressiva, tendo ele respondido também com algum nervosismo”, mas de seguida, com a ajuda de agentes “trajados a civil foi levado à força para a quarta esquadra da Maianga”, onde ficou amarrado toda a noite, “sem água nem comida”.

No dia seguinte, foi levado a um juiz, mas para o diretor da organização da FoA “não houve um julgamento justo porque apenas ouviram um parte”.

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“Foi um julgamento encomendado”, assegura aquele ativista.

Uma semana depois, Chivucute continua sem conseguir recuperar os seus bens, como documentos e carros.

“Eu e o meu advogado vamos todos os dias ao tribunal e sempre há uma desculpa, hoje disseram que não conseguiam encontrar a prova do pagamento da multa”, explica aquele ativista que, agora, tem de ir ao banco buscar um novo comprovativo.

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Florindo Chivucute não tem dúvidas de que há um viés político neste caso.

“No princípio tinha algumas dúvidas, mas agora não tenho dúvidas, não posso imaginar, é inadmissível que uma infração de trânsito que pode ser revolvida pelo pagamento de uma multa, há um julgamento encomendado, sem ouvir o outro lado... isto não é normal”, concluiu o diretor da FoA, organização que tem levantado a sua voz e promovido várias ações em defesa dos direitos humanos.

Florindo Chivucute, que não contactou qualquer entidade governamental, recebeu o apoio de várias organizações em Angola, como a Mãos Lives, e da Coligação de Abertura da África Central (OCA) que condenou firme e inequivocamente a detenção arbitrária e os maus tratos a Florindo Chivucute, estava a citar.

A Voz da América tentou o contacto com a quarta esquadra da Polícia Nacional na Maianga em Luanda, mas até agora sem qualquer resultado.

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