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Ataques em Nampula provocam nova onda de deslocados


Nesta imagem de arquivo, Campo de deslocados do centro agrário de Napala. Distribuição de alimentos por PMA a deslocados da insurgência em Cabo Delgado. Moçambique
Nesta imagem de arquivo, Campo de deslocados do centro agrário de Napala. Distribuição de alimentos por PMA a deslocados da insurgência em Cabo Delgado. Moçambique

Residentes narram fugas, mas secretário de Estado diz que situação é calma

Os recentes ataques terroristas registados no distrito de Memba, na província moçambicana de Nampula, fizeram disparar o número de deslocados internos em busca de segurança.

A VOA sabe que várias pessoas que saíram de Memba dirigem-se à cidade portuária de Nacala, Nacala-a-Velha, Ilha de Moçambique e à cidade capital, Nampula.

O Governo, no entanto, ainda faz o levantamento das pessoas deslocadas em Nampula visando prestar a assistência alimentar, enquanto a assistência sanitária, por exemplo, tem estado acontecer.

Embora as autoridades governamentais tenham garantido o reforço da segurança na região afectada, o medo de novas incursões terroristas levou pessoas a saírem e a deixarem tudo para trás, tal é o caso de Fátima Isidro.

Ela contou à VOA que no dia do ataque ouviu os primeiros tiros quando estava na machamba o que a fez voltar a casa, mas durante a noite um líder comunitário local aconselhou as famílias a fugirem para a mata.


“Andamos toda a noite com crianças até o posto administrativo de Mazua e lá ouvimos que na nossa zona foram queimados a escola, o hospital, mataram uma irmã e outras pessoas”, lembra Fátima afirmando ainda, que depois de acompanhar os estragos causados pelos terroristas, decidiu, junto com os seus filhos, deslocar-se para a cidade de Nampula, onde vivem na casa de parentes.

Odete Aciate, outra deslocada de Memba, conta que no posto administrativo de Chiphene, a maioria das pessoas fugiu.

“A nossa vila tinha muito movimento, mas hoje está calma, na nossa aldeia hoje se você chega encontra 10 pessoas porque quase todas fugiram”, afirmou Aciate, sublinhando que quando deixou a vila de Memba na passada sexta-feira “a situação ainda era preocupante”.


A corrida pela procura de segurança fez aumentar a procura por transportes públicos nos distritos de Erati e Memba, disse Ahmed Saide, transportador público, que nos últimos dias carrega maioritariamente os deslocados.

Entretanto, o secretário de Estado de Nampula, Mety Gôndola, disse na terça-feira, 13, na cidade de Nacala-Porto, durante a realização do Conselho Coordenador do Sector de Saúde,que a situação nos distritos atacados por terroristas é relativamente estável.

“Dizemos relativamente estável porque ainda vivemos momentos de preocupação “, frisou governante, o qual assegurou que no distrito de Memba está ser feito o acompanhamento em relação aos postos administrativos de Lurio e Chiphene, enquanto do lado Etati, a zona de Cutua tem merecido uma especial atenção.

“Temos equipas a desdobrarem-se e nós como direcção da província temos estado a acompanhar de perto os distritos e a inteirar e apoiar as estruturas locais na decisões a tomar”, concluiu Gôndola.

Nampula é a mais recente província a ser alvo de ataques terroristas, depois de Cabo Delgado e Niassa.

Em menos de uma semana, três ataques de insurgentes deixaram seis mortos e muita destruição de casas, escolas e um centro de saúde.

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