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Assassinato de Gilles Cistac provoca onda de indignação e condenação


Gilles Cistac
Gilles Cistac

Constitucionalista e professor universitário morto a tiros em Maputo.

A morte do constitucionalista e professor universitário moçambicano de origem francesa Gilles Cistac continua a suscitar reacções de todos os quadrantes.

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Orlando Modumane, porta-voz da polícia, indicou em conferência de imprensa que quatro indivíduos que se faziam transportar numa viatura não identificada, dos quais três de cor negra e um de cor branca, atiraram contra Cistac, que viria a morrer durante a intervenção cirúrgica a que foi submetido.

O Governo considerou o acto de “macabro”, enquanto a Presidência da República pediu à polícia, ainda antes da confirmação da morte do constitucionalista, um esclarecimento do atentado.

Do lado da Renamo, o porta-voz António Muchanga disse que o atentado foi fruto de uma perseguição política, por ter expressado as suas opiniões em relação aos assuntos políticos mais importantes do país.

Eduardo Namburete, membro da Renamo, manifestou à VOA a sua preocupação pelo facto de Gilles Cistac ter feito recentemente declarações que podem não ter agradado a determinados sectores.

Por seu lado, o presidente do líder do MDM (Movimento Democrático de Moçambique), considera que Gilles Cistac foi assassinado por encomenda, após pronunciamentos que "irritaram uma elite política intolerante".

"Tudo fizeram para silenciar um homem justo, um homem que procurou que todos nós tivéssemos uma visão clara do que é isso do Estado de Direito", declarou Daviz Simango em entrevista à agência Lusa, também presidente do município da Beira, sem precisar o alvo das acusações.

O presidente da cidade de Quelimane, em nome do Conselho Municipal, também repudiou o “desumano e sanguinário” acto de assassinar Cistac.

“A acção macabra orquestrada e executada para balear de forma rude o professor Cistac constitui um profundo atentado ao Estado de Direito Democrático constitucionalmente consagrado, assim como, revela um enorme perigo em que, no início deste mandato, começam a ser ameaçadas as liberdades políticas, de expressão e de imprensa, que constituem os pilares de qualquer estado civilizado que Moçambique comprometeu-se em consolida-lo”, lê-se no comunicado.

A embaixada dos Estados Unidos em Maputo, por sua vez, emitiu um comunicado a condenar veementemente o violento assassinato Gilles Cistac.

“Como constitucionalista e professor, ensinou gerações de estudantes de direito, contribuindo desta forma para o desenvolvimento democrático de Moçambique. Apelamos ao Governo de Moçambique para que conduza uma investigação exaustiva e transparente, e assegure que os responsáveis por este crime hediondo compareçam perante a justiça”, pede o comunicado da embaixada americana, salientando que os cidadãos devem exercer plenamente o seu direito constitucional de se expressarem livremente.

Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um indivíduo que, através do Facebook, e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, o acusou de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.

Segundo o Canalmoz, o constitucionalista vinha recebendo ameaças de pessoas que se diziam do partido Frelimo e que o acusavam de ser assessor jurídico da Renamo.

Em resposta, Gilles Cistac apresentou uma queixa à Procuradoria Geral da República, por considerar que estava a ser vítima de intolerância política.

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