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"As pessoas precisam de tudo", ONU diz que ajuda a Gaza está longe de ser suficiente


Palestinianos deslocados, no norte da Faixa de Gaza, fogem na sequência de ordens de evacuação do exército israelita, em 12 de novembro de 2024
Palestinianos deslocados, no norte da Faixa de Gaza, fogem na sequência de ordens de evacuação do exército israelita, em 12 de novembro de 2024

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, disse que pelo menos 43.665 pessoas foram mortas.

Na terça-feira, 12, a ONU alertou para o facto de os níveis já baixos de ajuda que chegam a Gaza terem diminuído ainda mais, com a situação no norte sitiado a ser especialmente “catastrófica”.

O aviso da UNRWA, a agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinianos, foi feito no momento em que Israel anunciou a abertura de uma nova passagem de ajuda para Gaza, na véspera do prazo imposto pelos EUA para melhorar as condições humanitárias no território devastado pela guerra.

A ajuda que entra na Faixa de Gaza atingiu o nível mais baixo dos últimos meses”, afirmou Louise Wateridge, oficial de emergências da UNRWA, questionada sobre a existência de sinais de melhoria da situação antes da data limite de quarta-feira.

No mês passado, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken e o Secretário da Defesa Lloyd Austin advertiram Israel de que tinha até 13 de novembro para permitir a entrada de mais ajuda em Gaza ou arriscar-se a retirar alguma assistência militar dos Estados Unidos, o principal apoiante de Israel.

A carta foi enviada semanas antes das eleições presidenciais americanas de 5 de novembro, ganhas por Donald Trump, que prometeu dar mais liberdade a Israel.

Wateridge disse que “a média de outubro foi de 37 camiões por dia em toda a Faixa de Gaza. Isto é para 2,2 milhões de pessoas”. “As crianças estão a morrer. As pessoas estão a morrer todos os dias”, afirmou, sublinhando que "as pessoas aqui precisam de tudo".

A situação é mais grave no norte de Gaza, onde uma avaliação apoiada pela ONU no fim de semana afirmou que a fome era iminente.

Durante um mês inteiro, não foi permitida a entrada de alimentos no norte de Gaza sitiado, disse Wateridge, acrescentando que os pedidos da ONU para aceder à zona foram repetidamente negados.

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Wateridge disse que os testemunhos do norte pintam um quadro “infinitamente horrível” que se está a tornar “mais crítico” a cada hora que passa. “Os hospitais foram bombardeados, os médicos informam-nos que ficaram sem reservas de sangue, sem medicamentos... há corpos nas ruas”.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, disse na terça-feira que pelo menos 43.665 pessoas foram mortas em mais de 13 meses de guerra entre Israel e militantes palestinianos.

O número inclui 62 mortes nas últimas 48 horas, de acordo com o ministério, que também disse que 103.076 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, quando militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023.

Com o objetivo de impedir os militantes do Hamas de se reagruparem no norte da Faixa de Gaza, já devastada, Israel iniciou um grande ataque aéreo e terrestre há pouco mais de um mês.

O ataque do Hamas ao sul de Israel, a 7 de outubro de 2023, causou 1 206 mortos, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP a partir de dados oficiais israelitas.

A campanha de retaliação de Israel matou 43 603 pessoas em Gaza, de acordo com os números do Ministério da Saúde do território dirigido pelo Hamas, que a ONU considera fiáveis.

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