O mundo está em casa, a pandemia da Covid-19 colocou as pessoas no sofá, nos quartos, nas salas.
“O que fazer?”, tem sido a pergunta de todos, mas os artistas através do mundo encontraram um meio de animar as pessoas: levar a arte às pessoas confinadas, através das redes sociais.
E as iniciativas são muitas, em várias partes do mundo.
Em Cabo Verde, de 5 a 11 de Abril, 70 artistas no país e na diáspora vão levar a sua música através do Instagram num festival designado por #No Sofá.
Além de sete dias de música, com cada artista a fazer a sua apresentação, da sua casa, durante 30 minutos, o evento pretende arrecadar fundos que serão destinados ao Ministério da Saúde para o combate à pandemia no país e levar mensagens de conforto.
Alberto Koenig, músico cabo-verdiano e um dos promotores da iniciativa, explica que o festival surgiu como um desejo dos artistas de “participarem neste momento, ajudando principalmente as pessoas que estão sozinhas, ao mesmo tempo que queremos conseguir algum fundo para ajudar o país”.
Consumo da arte
Cada artista, de acordo com a propagação que será divulgada ainda hoje, terá uma atuação de 30 minutos “livre, em que apresentará os temas que quiser para o seu público”.
"Toda a gente está a consumir arte mais do que nunca, a música agora é o único meio de transporte seguro", afirma Alberto Koenig, que também acredita que os artistas “estarão na frente do renascimento de um mundo mais humano e melhor”.
Em Moçambique, a música também é arma contra a pandemia.
Música em defesa da saúde
Feliciano dos Santos Calisto, músico e defensor dos direitos humanos, diz que “como pessoas que têm a dádiva de Deus para transmitir os seus sentimentos, os artistas devem ter a responsabilidade de virar as suas letras e melodias para ajudar a controlar esta situação bastante perigosa”.
Santos Calisto
Ele e seus colegas do grupo Massukos, na província de Niassa, tomam a dianteira, por via das rádios, televisões e redes sociais, para sobretudo advertir “as pessoas a lavarem as mãos para serem saudáveis”.
Essa mensagem está contida na canção “tissambe manja (lavemos as mãos)”, que esta semana “foi solicitada pela National Geographic para fazer parte da educação global” contra a Covid-19”.
A mobilização social através das artes não é nenhuma novidade para Santos, quem, em, 2008 ganhou o prémio americano Goldman, por usar a música para defender o saneamento e desenvolvimento sustentável.
Santos diz que na luta contra a Covid-19, as autoridades devem também “pensar nas pessoas que não têm rádio ou televisão” no interior de Niassa e noutras parte rurais de Moçambique.
Acompanhe aqui o programa “Artes”: