Nas eleições presidenciais de 2012 nos Estados Unidos, os latinos poderão ter uma maior influência na escolha do inquilino da Casa Branca. Trata-se de uma comunidade com o maior crescimento do número de eleitores em todo o país.
Elisabete Lee correspondente da VOA na Califórnia diz que muitos latinos estão seguir de perto como os candidatos estão a abordar a questão de imigração.
“Eu fui nascida no México, em Jalisco. Vim aos Estados Unidos com a idade de 2 anos.”
A história de Nancy Meza é comum a de muitos latinos. A sua mãe trouxe-a aos Estados Unidos na esperança de poder lhe dar uma melhor educação.
“Eu e a minha mãe viemos sem documentos e atravessamos o deserto. Considero-me uma americana e tudo o que preciso é apenas um documento que o prove.”
Meza acabou de concluir os estudos universitários e está a considerar especializar-se em Direito. O seu sonho está em vias de se realizar graças a adopção pelo Estado da Califórnia do Dream Act, uma lei que permite aos estudantes ilegais nos Estados Unidos o acesso a empréstimos financeiros através de universidades públicas.
“Definitivamente a aprovação do Dream Act pela Califórnia abre-nos as portas para completarmos o que sempre sonhamos.”
Kent Wong, director do Centro de Emprego da Universidade da Califórnia em Los Angeles, estima que actualmente 11 milhões de imigrantes ilegais estejam a viver nos Estados Unidos, dos quais 2 milhões são jovens e estudantes. Segundo ele apenas 3 Estados permitem aos estudantes ilegais requerer ajudas financeiras através de universidades.
“Essas crianças não violaram nenhuma lei. Têm feito tudo quanto a sociedade os exige. Trabalham e estudam duramente. Fizeram os estudos básicos, acederam as universidades, e ainda assim estão a puni-las por algo pelo qual não são responsáveis.”
O Senado americano rejeitou no ano passado uma proposta do Dream Act do governo federal que era suposto abrir oportunidades para a naturalização de imigrantes ilegais de reconhecidas capacidades profissionais e intelectuais. Kent Wong explica a razão da rejeição da lei.
“A verdade é que a maioria deles são provenientes da America Latina e Asia, e existe uma forte reacção dos velhos e brancos conservadores membros do Congresso que tem recieos de uma integração desses estudantes.”
Mas o republicano Luis Alvarado um especialista em questões do partido conservador, diz que a preocupação de muitos democratas e conservadores não são tão diferentes, e adianta que muitos republicanos e latinos preferem que a reforma migratória seja feita ao nivel nacional, porque Estados como a Califórnia não se deve dar ao luxo de ter a sua própria política de imigração.
Mesmo entre os candidatos republicanos à investidura presidencial exsitem diferenças de perspectivas. Alguns afirmam que a solução passaria pela construção de barreiras ao longo da fronteira com o México, enquanto outros preferem analisar vias para a legalização dos ilegais que já se encontram no território americano. Para Luís Alvarado os republicanos e democratas devem trabalhar em conjunto para encontrarem o mais depressa possível uma solução ao problema da imigração.