Tendo em conta que cerca de 2.000 imigrantes africanos entram todos os meses em Israel,o Gabinete israelita aprovou um programa para enfrentar o que lhe parece estar a tornar-se numa crescente ameaça.
O plano, orçado em 167 milhões de dólares, prevê a construção acelerada de uma sebe de arame farpado nas zonas mais porosas da Peninsula do Sinai,na fronteira com o Egipto,por onde passa o contrabando dos imigrantes para Israel.
Instalações prisionais serão levantadas e ampliadas para apreender e manter sob custódia os ilegais,impondo multas aos seus patrocinadores.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel deve tomar medidas decisivas antes que seja demasiado tarde:
“Trata-se de uma questão série, é uma epidemia nacional, uma epidemia que constitui uma ameaça à economia israelita, à sociedade e à sua segurança.”
Fontes oficiais afirmam que 40.000 imigrantes ilegais africanos entraram em Israel desde 2006, a maior parte dos quais, provenientes do Sudão e da Eritreia, intensificando o estado de alarme no pequeno estado judaico que, por outro lado, começa a enfrentar a ameaça cada vez maior dos palestinianos.
Benjamim Netanyahu advertiu que se a tendência não for impedida,o numero de africanos a entrar em Israel,poderá atingir a casa dos 100.000 por ano:
“Não temos obrigação de receber imigrantes ilegais… se esta maré continuar a subir,Israel será varrido pelas ondas dentro em breve.”
A questão coloca um dilema de caracter moral para Israel, tendo em conta que durante o holocausto, os refugiados judaicos que fugiam dos nazis, eram rejeitados pelos países ocidentais.
Reut Michaeli, director das comunicações directas, via radiofónica, com os imigrantes, disse que a resposta do governo israelita está errada:
“Israel é uma nação de refugiados, e que por essa razão ,Israel deve considerar sua obrigação abrir as suas portas aos africanos que fogem da guerra e perseguição.”
Mas,o governo afirma que a vasta maioria de africanos que vão a Israel, vão à busca de melhores condições económicas e que, por isso, não são verdadeiramente refugiados.
O primeiro-ministro Netanyahu vai, dentro em breve, visitar alguns países africanos para discutir a questão dos refugiados.