A maioria dos moçambicanos considera que a corrupção no país aumentou nos últimos três anos, de acordo com o barómetro da corrupção divulgado hoje em Maputo pela organização “Transparência Internacional”.
Os resultados do estudo indicam que 56 por cento das pessoas entrevistadas pensam que a corrupção aumentou no país nos últimos três anos, outros 23 por cento dizem que a situação se manteve na mesma em relação ao período anterior, enquanto 21 por cento afirmam que o problema se reduziu.
Marcelo Mosse, o director-executivo do "Centro de Integridade Pública", entidade que participou na elaboração do inquérito, afirmou à “Voz da América” que os resultados demonstram que em Moçambique há ainda muito por fazer no que se refere ao combate à corrupção.
Segundo disse Mosse, sessenta e oito por cento de um universo de mil pessoas entrevistadas disseram terem pago subornos a uma instituição do Estado nos últimos 12 meses.
Salientou por outro lado que segundo a pesquisa, realizada entre 26 de Abril e 5 de Maio, a polícia é vista pela população moçambicana como a instituição mais corrupta do país e 50 por cento dos mil entrevistados admitiram que já pagaram subornos a agentes da polícia.
Dos inquiridos, 38 por cento dizem que já pagaram subornos a hospitais, 35 por cento ao sistema de educação e 34 por cento aos serviços de registos e licenças.
O barómetro da corrupção refere ainda que a comunicação social foi considerada a instituição mais eficaz para o combate à corrupção, 24 por cento, seguida pelos líderes governamentais, 22 por cento, e pelas organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional com 18 por cento.
A maioria dos moçambicanos considera que a corrupção no país aumentou nos últimos três anos.