O presidente sul-africano Jacob Zuma deverá deslocar-se esta semana ao Zimbabué para tentar mediar as divergências no seio do governo de partilha do poder.
Fontes próximas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC, afirmaram que o presidente Zuma vai a Harare para realizar conversações com as 3 lideranças do governo de unidade zimbabueano.
Depois dessas consultas, acrescentaram aquelas fontes, o presidente sul-africano deverá recomendar uma data para a realização de nova cimeira da SADC sobre o Zimbabué.
A comissão da SADC para a política, defesa e segurança devia ter debatido a crise no Zimbabué durante uma reunião no sábado passado. Não o fez contudo devido ao facto de dois membros do painel, os presidentes da Zâmbia e Moçambique terem cancelado as suas deslocações.
Nos termos de um acordo mediado pela SADC , duas facções do Movimento para a Mudança Democrática, anteriormente na oposição, passaram a integrar o governo do presidente Robert Mugabe. Contudo o líder da principal facção, o primeiro-ministro MorganTsvangirai acusou Mugabe de não ter aplicado o acordo na integra e de o ter violado quando nomeou embaixadores e governadores provinciais sem o ter consultado. O primeiro-ministro afirmou que estava frustrado com o impasse: “ não se verificou a aplicação das posições constantes no acordo. Portanto se não houve aplicação, qual a direcção a seguir? E é isso que a SADC tem que analisar. Não se pode ser um garante a não ser que se intervenha para ultrapassar os obstáculos que se interpõem no percurso”, disse ainda.
Por seu turno o presidente Mugabe afirmou que o governo de unidade chegará ao seu termo por ocasião do seu segundo aniversário em Fevereiro próximo e pediu aos seus apoiantes para se mobilizarem para as eleições do ano que vem.
Quanto a Jacob Zuma disse à televisão sul-africana que a SADC deve ajudar os dirigentes do Zimbabué visto que está provado que sem pressões regionais eles não são capazes de ultrapassar as suas divergências.
Reiterou por outro lado a posição da SADC de que o acordo político, que inclui um referendo sobre a nova constituição, deverá ser totalmente aplicado antes da realização de novas eleições.
Consultas populares sobre a nova constituição terminaram recentemente e peritos legais estão a dar inicio ao processo de redacção do documento. Contudo organizações de defesa dos direitos humanos referem que a atmosfera de medo e de intimidação que reina no país, especialmente nas zonas rurais, impede a realização de eleições livres e justas.
O presidente sul-africano Jacob Zuma deverá deslocar-se esta semana ao Zimbabué para tentar mediar as divergências no seio do governo de partilha do poder.